Aranha, Brito et al (1894)
ARANHA, [Pedro Venceslau de] Brito et al. (1894). Rapport de la Section Portugaise, 1er Congrès International de la Presse, Anvers.
Autor: ARANHA, Pedro Wenceslau de Brito
Ano de elaboração (caso não coincida com ano de publicação)
Ano de publicação/impressão: 1894
Título completo da obra: Rapport de la Section Portugaise – 1º Congrès International de la Presse
Tema principal: História do Jornalismo
Local de edição: Lisboa
Editora (ou tipografia, caso não exista editora): Imprimerie Universelle (Imprimerie de Sa Majesté le Roi)
Número de páginas: 51
Cota na Biblioteca Nacional e eventualmente noutras bibliotecas públicas
Biblioteca: Biblioteca Nacional Cotas: P. 7676 V.
Esboço biográfico sobre o autor ou autores (nascimento, morte, profissão, etc.)
Pedro de Wenceslau de Brito Aranha nasceu em 1833 e faleceu em 1914. Foi um escritor, jornalista e bibliógrafo português.
Tendo começado a destacar-se aos 16 anos como tipógrafo, mais tarde foi convidado para em 1889 foi convidado para ser redactor principal do Diário de Noticias.
Índice da obra
[Os textos encontram-se divididos por numeração romana, mas não estão definidos como índices]
I Apresentação e objectivos do encontro: pp.5-8
II História do Jornalismo em Portugal pp.8-14
III Agradecimentos pp.14-15
IV Lista dos jornais existentes pp. 19-50
Resumo da obra (linhas mestras)
Esta obra tem duas partes. Relembra, inicialmente, a forma como foi decidida a participação portuguesa no primeiro congresso internacional da imprensa, que decorreu em Anvers, em 1894, incluindo, seguidamente, o texto lido por Brito Aranha durante este certame.
O autor revela que a imprensa lisboeta se reuniu na capital, a 16 de Fevereiro de 1894, no Diário de Noticias, para decidir sobre a resposta a dar ao convite para participar no referido congresso, previsto para 12 de Julho desse ano. Na reunião, participaram redactores dos diferentes jornais da época, como Brito Aranha, Mariano Pina, Palermo de Faria, Alves Correia, Ferreira Lobo ou Gouveia Pinto.
Após a apresentação dos objectivos do congresso, foi proposta uma comissão, que ficou composta por Ferreira Lobo, Magalhães Lima, Mariano Pina, Gomes da Silva, Palermo de Faria, Armando da Silva, Carlos Ferreira e Eduardo Coelho, encarregue de dinamizar a representação dos jornalistas portugueses no certame.
De seguida, o autor evoca diacronicamente a forma como os jornalistas portugueses decidiram participar no evento, passando a seguir para a tese que apresentaram ao congresso.
“A imprensa belga inspirava-nos a todos uma grande simpatia”, afirma, então, Brito Aranha, salientando a importância do congresso para uma afirmação e solidariedade da classe que ali se encontrava. “Os jornalistas representam certamente a classe mais forte da sociedade, e têm como os outros trabalhadores interesses morais e materiais para defender”, referiu também Brito Aranha, de forma a reforçar a importância da união dos jornalistas.
Para Brito Aranha, este primeiro congresso internacional da imprensa aspirou ser uma fonte de união, de lealdade e de fraternidade, de forma a contribuir para o progresso e o desenvolvimento de cada um e da sociedade. “A imprensa é o elemento civilizador por excelência”, salienta ainda Brito Aranha, para quem o congresso esperava, com esta união, promover a sua missão do jornalismo de levar até as sociedades modernas o exemplo do esforço colectivo e de mostrar ao mundo a forma como esta profissão honra a humanidade nas suas múltiplas manifestações de progresso e de bem-estar social.
A comunicação de Brito Aranha abordou, ainda, o nascimento da tipografia, destacando o facto de Portugal ter sido um dos primeiros países onde foi utilizada essa inovadora invenção.
A comunicação do autor ao congresso continua referindo a expansão da tipografia pelo mundo através dos descobrimentos portugueses. O autor salientou então, a propósito, a falta de conhecimento sobre a história de Portugal na Europa, o que levaria os europeus a considerar injustamente Portugal como um dos “últimos países a contribuir para a evolução da tipografia”.
O objectivo da comunicação de Brito Aranha foi, assim, relembrar que “este pequeno pais” (Portugal) foi um dos primeiros a utilizar a invenção de Gutenberg. O autor comprova essa informação com a referência a obras impressas em Leiria e em Lisboa no final do século XVI.
Portugal, continua Aranha, foi também um dos pioneiros da história do jornalismo, já que no país se editaram relações e notícias avulsas logo no início do século XVII, bem antes da gazeta em Espanha. Foi ainda focada a história portuguesa e a sua relação estreita com o jornalismo e seguidamente foi descrito o movimento do jornalismo da altura em que o texto foi escrito.
O autor diz também que Portugal acompanhou o progresso das técnicas de impressão de gravuras, incluindo na imprensa periódica”. Salienta, nomeadamente, que as gravuras impressas surgiram em Portugal, concebidas por artistas portugueses, em edições dos séculos XVI e XVII.
Seguidamente, o autor destaca a importância da informação levada pelos portugueses até as colónias de então.
Finalmente, os representantes da imprensa portuguesa no primeiro congresso internacional da imprensa anunciaram – narra Brito Aranha – a convocação, para Lisboa, em 1897, de um novo congresso internacional, por ocasião da passagem de mais um centenário da descoberta do caminho marítimo para a Índia.
A comunicação encera com um agradecimento aos organizadores do congresso e salienta que os representantes portugueses consideraram honrosa a sua participação no evento e o convite que lhes foi formulado.
Autor (nome completo): Milena Oliveira de Matos
N.º de matrícula na UFP: 14247
E-mail: milenamatos@portugalmail.pt