Diário de Notícias (1925)
DIÁRIO DE NOTÍCIAS (1925). Diário de Notícias: O Grande Jornal Português.
Autor
[Obra Colectiva – Diário de Notícias]
Ano de elaboração (caso não coincida com ano de publicação)
Ano de publicação/impressão
1925
Título completo da obra
Diário de Notícias: O Grande Jornal Português
Tema principal: Conjuntura Jornalística
Local de edição
Lisboa
Editora (ou tipografia, caso não exista editora)
Tipografia da Empresa Diário de Notícias
Número de páginas
59
Cota na Biblioteca Nacional e eventualmente noutras bibliotecas públicas
Biblioteca: Biblioteca Municipal do Porto
Cotas: T7 – 14 – 6 (2)
Biblioteca: Biblioteca Nacional
Cotas: HG 22464//10 P
Esboço biográfico sobre o autor
[Obra Colectiva – Diário de Notícias]
Índice da obra
-Como se faz o Diário de Notícias……………………………….
-Curiosidades e factos sobre o Diário de Notícias…. ………….
-O Diário de Notícias e a Publicidade………………………….
-Páginas especiais do Diário de Notícias……………………….
-A obra nacional do Diário de Notícias……………………………..
-Secções e Serviços………………………………………………….
-A Acção Regionalista do Diário de Notícias……………………….
-Sucursais e Placards do Diário de Notícias…………………….
-O que representa o papel consumido pelo Diário de Notícias…
-“O Dia das Misericórdias”: A festa nacional de caridade………
-Notícias Comercial, Industrial e Financeiro……………………
-Notícias Literário……………………………………………….
-Notícias Agrícola………………………………………………
-Notícias Cinematográfico………………………………………
-Notícias Desportivo……………………………………………
-Notícias Musical………………………………………………
-Notícias Insular……………………………………………….
-Notícias Colonial………………………………………………
-Eva…………………………………………………………….
- Diário de Notícias no Porto……………………………………
-Secção Feminina……………………………………………….
- Colecção “Patrícia”…………………………………………….
-O Livro, a Arte e a Curiosidade…………………………………
-Caixa de Beneficência e Donativos…………………………….
-Biblioteca Clássica Portuguesa…………………………………
-Colecção “Diário de Notícias”…………………………………
-Colecção de Romances Populares………………………………
pág. 3 à 6
pág. 7 à 12
pág.13 à 14
pág. 17 à 19
pág. 20 à 23
pág. 25 à 27
pág. 29 à 31
pág. 32 à 33
pág. 24
pág. 35
pág. 37
pag.38
pág. 41 à 42
pág. 42
pág. 44
pág. 45
pág. 46
pág. 47
pág. 48
pág. 49
pág. 50
pág. 51
pág. 51
pág. 52
pág. 53 à 54
pág. 57 à 58
pág. 58 à 59
Resumo da obra (linhas mestras)
Esta obra aborda vários factores relacionados com o jornal Diário de Notícias, desde a sua elaboração à importância para o povo português e às temáticas dos artigos. É uma obra que tem como objectivo informar um pouco mais as pessoas acerca do trabalho que é dedicado a um jornal tão lido e de tamanha importância nacional como o Diário de Notícias foi e continua a ser.
O Diário de Notícias emerge da obra como o grande jornal português que deixa o povo expectante para saber as notícias, um símbolo de patriotismo e um elo de ligação e união entre populações. A montagem do jornal em si é vista como uma combinação de trabalho árduo, dedicação, interesse profissional, bom senso, disciplina e arte por parte de várias pessoas que se dedicam a diferentes áreas e secções do jornal.
A brochura dá várias informações sobre a fundação e evolução do DN. Diz-se que o jornal foi fundado em Dezembro de 1864 por Eduardo Coelho e Tomás Quintino Antunes e que o seu primeiro número saiu em 1865, apesar de a 29 e 30 de Dezembro, antes da primeira verdadeira edição do jornal ser publicada, terem sido publicados dois números-programas.
Na altura em que esta obra foi publicada (1925), o Diário de Notícias era o jornal português de maior tiragem e influência no país. Foi também o primeiro jornal a ser vendido na rua e o primeiro a custar 10 réis.
Como jornal patriota que, no livro, afirma ser, o Diário Notícias sempre fez propaganda e incentivou iniciativas de interesse geral, como o raid aéreo Bordéus – Lisboa – Porto; o inquérito às câmaras municipais sobre a projectada viagem de circum-navegação aérea; a celebração do “Dias das Misericórdias” em todo o país; a campanha regionalista de grandes resultados para a economia nacional; os concursos instrutivos das quadras; os Congressos da Imprensa Latina que concorreram para prestigiar Portugal no estrangeiro, etc. Também conhecido pela sua publicação de reportagens fidedignas e de fonte segura, o jornal publicou entrevistas e depoimentos da maior importância feitas a pessoas de alta representação mundial. Para além de promover e realizar campanhas, o DN presta homenagens (como fez com a celebração do tricentenário de Camões) e realiza conferências a favor de causas nobres.
A publicidade é sempre uma mais valia para a promoção de produtos. No caso do Diário de Notícias, esta sempre funcionou com eficácia visto que este era, na altura, o jornal mais vendido de Portugal. Em média, mil pessoas procuravam, diariamente, aí colocar publicidade, pois sabiam ser certo que iria ser lida. Muitos comerciantes recorriam, portanto, a este jornal para publicitarem os seus artigos e produtos. Em 1965, o jornal publicou 207 milhões de páginas de publicidade. “Anunciar no Diário de Noticias é conseguir o triunfo.” (pág. 13)
Amante da sua terra e Pátria, mostra-se no texto que o Diário de Notícias procurou sempre louvar as belezas e virtudes de Portugal. Através das suas Páginas Regionalistas falava da nossa terra, divulgava a sua beleza natural, defendia o comércio e a indústria, etc. Para além das páginas regionalistas, o jornal publicava ainda vastas secções sobre medicina, finanças, literatura, teatro, astronomia, economia, cultura estrangeira, política internacional, etc. Para fugir um pouco dos temas sérios, apresentava, semanalmente, a crónica Os meus domingos, por André Brun, que era muita apreciada pelos leitores.
Na secção Nota Internacional, fazia-se uma apreciação política dos principais acontecimentos mundiais; em Cultura Estrangeira, enumeravam-se os artigos mais interessantes de natureza científica e filosófica estrangeira e colocavam-se resumos de livros da mesma natureza; na secção A Nossa Terra, o poeta Cardoso dos Santos cantava as belezas da Pátria em verso; em Fita da Semana, o poeta Acácio de Paiva falava dos ridículos da vida de uma forma irónica e descontraída; em Notícias Miudinho (que era um pequeno jornal para os mais novos), divertiam-se os jovens, mas sempre com artigos educativos e moralmente intelectuais; a secção Por esse mundo fora falava de uma forma filosófica sobre os mais emocionantes acontecimentos europeus (especialmente sobre França); quem se interessasse pelos astros, podia ler Semana Astronómica, pelo astrónomo Frederico Oom; e em Vida Económica, pretendia-se expor aos leitores do Diário de Notícias as relações sociais entre trabalhadores, capitalistas, consumidores e o público em geral.
Estas secções foram intituladas de “Páginas especiais do Diário de Notícias”.
Dizendo-se sempre com boas intenções e princípios morais, o Diário de Noticias levou a cabo várias campanhas defendendo causas superiores, incentivou a solidariedade, lançou ideias e fundou algumas instituições. A 29 de Janeiro de 1868, o jornal criou uma secção especial para distribuição de esmolas que se manteve até à data de publicação deste livro Em 1885, advogou a criação de uma sociedade de protecção a crianças abandonadas que mais tarde levou à fundação do Albergue das Crianças Abandonadas. Em 1880, incentivou a subscrição para construção de um monumento a Alexandre Herculano (erguido nos Jerónimos em Lisboa). Em 1909, iniciou a subscrição a favor das vítimas do terramoto de 23 de Abril, que devastou parte do Ribatejo. Numa subscrição que realizou para os famintos de Cabo Verde, somou 7.662$63; organizou uma festa para a compra de um hidroavião; a 26 de Janeiro de 1922, tomou a iniciativa de uma subscrição a favor das pessoas que perderem os seus bens e familiares no vendaval que devastou a Murtosa e Pardelhas a 16 e 17 de Janeiro, entre muitos outros.
As causas humanitárias organizadas pelo Diário de Notícias juntaram biliões de escudos e recuperaram a fé a muita gente ao longo dos anos.
Os serviços administrativos do Diário de Notícias eram, na altura, distribuídos por seis secções: Correspondência e Arquivo (registo e arquivamento de toda a correspondência recebida e onde se realiza a sua expedição também), Contabilidade Central (unificação da escrituração das outras secções e registo das operações financeiras), Tesouraria (onde se efectuam os pagamentos dos débitos e créditos da Empresa), Publicidade (onde são registados todos os anúncios publicados diariamente no jornal e se extrai a facturação a enviar aos anunciantes), Secção Industrial (registo dos consumos das matérias primas empregadas nas oficinas de impressão, organização das férias do pessoal assalariado e determinação dos custos dos produtos trabalhados nas oficinas) e Secção Comercial (onde se escrituram as contas dos agentes, anunciantes e assinantes do jornal e se dirigem e promovem as expedições e vendas do jornal).
Em dois anos, a Empresa D. N. tinha editado 25 obras, 10 das quais já tinham esgotado, e o primeiro volume da “Colecção Patrícia”, que esgotou em 15 dias. Esta colecção destinava-se à propaganda de escritores, monumentos, poetas e belezas de Portugal.
O Diário de Notícias tinha consumido, então, 2 milhões de quilos de papel e mais de 15 mil quilos de tinta.
O livro explica que o Diário de Noticias era constituído por várias secções. As mais analisadas na obra são: Notícias Comercial, Industrial e Financeiro (destinava-se a esclarecer todas as questões que o título indica); Notícias Literário (punha as pessoas a par da corrente literária, proporcionava uma boa leitura, divulgava o amor pelas belas artes); Notícias Agrícola (secção vasta que divulgava conhecimentos práticos agrícolas, tornava conhecidas as variadas regiões agrícolas do país e publicava periodicamente tabelas dos salários, dos alugueres dos gados, dos preços nos mercados e feiras, etc.); Notícias Cinematográfico (apesar do seu atraso em Portugal, a arte cinematográfica já despertava algum interesse nos portugueses e esta secção anunciava tudo o que dizia respeito a cinema, incluindo os maiores sucessos); Notícias Desportivo (secção publicada às segundas-feiras, informava e acompanhava com cuidado o movimento desportivo); Notícias Musical (criada para os amantes de música, tratava assuntos musicais nacionais e estrangeiros); Notícias Insular (dedicadas às ilhas da Madeira e Açores, onde se apresentavam factores históricos, falava da gente da terra, etc.); Notícias Colonial (pretendia prender a atenção dos leitores interessando-os pela grande causa colonial portuguesa).
A obra informa que, sentindo que a mulher era pouco estimada e que pouca atenção lhe era prestada, o Diário de Notícias criou uma publicação periódica feminina designada de Eva. Com esta publicação pretendia louvar a mulher que é mãe, irmã, esposa, filha. Continha conselhos de vida para ajudar a solucionar problemas, dicas de estética, ensinamentos, etc.
Em Diário de Notícias no Porto (secção mensal) procurava-se dar a ideia exacta da vida portuense. Funcionava como uma resenha de actividades da cidade e como propaganda do Norte, visto que falava da cidade e de tudo que nesta se passava.
Uma colecção rica e acessível dos melhores clássicos portugueses surgiu com Biblioteca Clássica Portuguesa, lançada pela Empresa Diário de Notícias. Não é uma colecção erudita, ao contrário do que se pense. Os seus objectivos eram dar a conhecer escritores de outros tempos, prestar auxílio a estudantes e deleitar os amantes de literatura. Outras colecções foram publicadas foram pelo Diário de Notícias, sendo, porém, essas as de maior relevância.
Autor (nome completo): Ana Isabel Nogueira Lopes
E-mail: 18501@ufp.pt