Silva, J. (1944)
SILVA, José Casimiro (1944). A União da Província Através da Sua Imprensa.
Autor: SILVA, José Casimiro da
Ano de elaboração (caso não coincida com ano de publicação)
Ano de publicação/impressão: 1944
Título completo da obra:A União da Província Através da Sua Imprensa
Tema principal: Teoria do Jornalismo
Local de edição: Vila Nova de Famalicão
Editora (ou tipografia, caso não exista editora): Oficinas Gráficas Minerva
Número de páginas: 22
Cota na Biblioteca Nacional e eventualmente noutras bibliotecas públicas
Biblioteca: Biblioteca Nacional
Cotas: L: 13142//V
Esboço biográfico sobre o autor
José Casimiro da Silva nasceu em 1901 e morreu em 1983.
Índice da obra
[Não tem índice]
Descrição de província e competências de Junta de província: pp. 5-6
Importância da Imprensa Regional nas Províncias: p. 6
Estatística dos habitantes e numero de jornais existentes no Distrito de Braga: pp. 7-8
O que será necessário para criar habito de leitura na população do Distrito: pp. 8-9
Solução para combater o Analfabetismo: pp. 10-12
Analise dos custos de um jornal: pp. 13-15
Resumo do plenário dos pastores vigilantes da Igreja Católica realizada em Abril de 1932: pp. 17-19
Conclusão do plenário: pp. 20-22
Resumo da obra (linhas mestras)
Define-se Província como associação de concelhos afins em termos geográficos, económicos e sociais, com órgãos de gestão como o Concelho Província e Junta Província, tendo este ultimo atribuições económicas, culturais e sociais.
Em matéria cultural, a Junta de Província pode decidir sobre variadíssimas questões, entre elas o “auxílio a associações ou instituições culturais”.
É neste ponto que entra a imprensa regional, na medida em que, segundo o autor, colabora com a administração de província, nomeadamente no que diz respeito a divulgação de todo o seu património.
Reportando-se, posteriormente, ao Distrito de Braga, José Casimiro da Silva refere que este possui meio milhão de habitantes maiores de sete anos, dos quais (situação em 1944) somente 168 mil sabem ler (sendo o analfabetismo maior entre as mulheres). No mesmo distrito, há (1944) dois jornais diários, três mensários, três quinzenários na sede do distrito, três revistas em Guimarães e mais treze publicações semanais que só devem interessar a cerca de 15 mil leitores. Isto é, segundo o autor, reportando-se à situação em 1944, apenas 4% da população do distrito de Braga se interessa pela leitura, pelo que conclui que muitas pessoas sabem ler mas não se interessam pela leitura. Para ele, é preciso incutir o gosto pela leitura nessas pessoas.
Como?
Para o autor, não é tarefa fácil. Seria preciso um estudo minucioso e cuidado. Diz Casimiro da Silva que é preciso reflectir antes de elaborar qualquer plano sobre a imprensa regional, ligada à indústria das artes gráficas.
De referir, para o autor, a importância de qualquer jornal no combate ao analfabetismo e desenvolvimento em geral – neste sentido, para Casimiro da Silva, ele é sempre um factor de progresso. Sendo assim, para o autor, são precisos muitos jornais, mas jornais que sejam bem feitos gráfica e literariamente e que promovam os valores do catolicismo, como o bem, a verdade, solidariedade e a caridade cristã. Se assim fizerem, os jornalistas, diz o autor, cumprem a sua difícil missão.
Mas os jornalistas da imprensa regional são também, relembra Casimiro Silva, “incompreendidos” e “pouco acarinhados na sua tarefa desinteressada de colaborar com o poder local”. Poder que, na sua óptica, poderia colaborar mais em termos económicos com a imprensa regional, que tantas vezes sobrevive à custa do próprio proprietário. Regra geral, diz ele, as receitas não chegam para cobrir as despesas, mesmo nos jornais de maior tiragem (imagine-se, pois, salienta, naqueles em que a tiragem é pequena). A situação é pouco atractiva do ponto de vista económico e por isso não se faz investimento no sector, não se renova a indústria.
Para estimular o gosto pela leitura dos habitantes, para o autor será necessária uma actuação semelhante à que fizeram os Pastores da Igreja em Portugal em Abril de 1932. Estes, diz ele, defendiam que a imprensa católica deveria ser modelarmente feita, profundamente espalhada, suficientemente numerosa e feita por elementos integralmente católicos. Daí resultando a necessidade de criar um curso de formação para jornalistas, de um secretariado de Imprensa e de um corpo redactorial central.
Concluindo, para o autor:
1º O Diário do Minho deveria chegar a todos os lares católicos bracarenses.
2º Os restantes jornais devem ser apoiados pelas câmaras municipais (comprando e distribuindo alguns jornais) que, em contrapartida, publicariam os resultados das sessões camarárias.
3º Seria adoptada uma tabela única para todos os jornais da província, passando a ser o prelo, avulso e por assinaturas, uniforme.
4º Dada a dificuldade de uniformizar formatos, os jornais adoptariam uma coluna comum para facilitar o uso do linómetro.
Conclui Casimiro da Silva: “Permitam estes despretensiosos elementos atingir o objectivo que nos propusemos – servir as causas da Imprensa regional e da Indústria gráfica – e dar-nos-emos como plenamente satisfeitos”.
Autor: José António da Silva Monteiro
E-mail: goomestre@gmail.com