Autor
MACEDO, José Agostinho de
Ano de elaboração (caso não coincida com ano de publicação)
1825
Ano de publicação/impressão
1826
Título completo da obra
Resposta aos Colaboradores do Infame Papel Intitulado Correio Interceptado Nº 6 impresso em Londres
Tema principal
Liberdade de Imprensa
Local de edição
Lisboa
Editora (ou tipografia, caso não exista editora)
Tipografia de Bolhões
Número de páginas
16
Cota na Biblioteca Nacional e eventualmente noutras bibliotecas públicas
Biblioteca: Biblioteca Nacional
Cotas: HG 9643//15P
Biblioteca: Biblioteca Pública Municipal do Porto
Cotas: P8-40 – (4)
Esboço biográfico sobre o autor ou autores (nascimento, morte, profissão, etc.)
Natural do Alentejo, José Agostinho de Macedo nasceu em Beja (11/09/1761) e faleceu em Lisboa (02/10/1831). Professou em 1778 nas Ordens dos Eremitas de Santo António, sendo, quatro anos mais tarde, expulso da Ordem. Foi várias vezes acusado e condenado pela Justiça por desmandos e roubos. Após ter alcançado a despensa dos votos monásticos, tornou-se pregador, tendo os seus sermões grande notoriedade na época. Tornou-se membro da Nova Arcádia, entrando em quezílias com Bocage. Pertenceu, também, à Arcádia de Roma, onde adoptou o pseudónimo de Elmiro Tangideu. Era inimigo da Revolução Francesa e odiava Voltaire e Napoleão. Toda a sua luta esteve centrada na denúncia dos jacobinos, ou “ pedreiros-livres”. Quase todas as suas obras reflectem essa luta. Ficaram célebres as polémicas que teve com Almeida Garrett e com Bocage.
Índice da obra
[Não tem índice.]
Introdução ao tema da obra: pp. 1-4
Análise e comentário sobre o Correio Interceptado nº 6: pp. 4-10
Considerações pessoais do autor sobre Inglaterra e os intitulados “ Pais da Pátria”: pp. 10-15
Incentivo à vinda de um nº 7 do Correio Interceptado, para que haja reposta posterior do autor: pp. 16
Resumo da obra (linhas mestras)
O autor, José Agostinho de Macedo, diz que a imprensa livre de Inglaterra é um “recurso dos malvados”, ou seja, dos exilados políticos. Segundo ele, esses exilados “vão a Inglaterra continuar com palavras, e escritos aqueles males, que começaram a causar com suas acções, e com suas obras. Há muitos anos que gememos debaixo da solta tempestade de Jornais, de Periódicos, de Folhas, que se encaminham a perverter a Moral, a confundir a Política, e desorganizar a sociedade, a indispor os Povos contra os Reis, a fazer odiosos os soberanos às suas mesmas Nações: são fecundos aqueles malvados na invenção dos títulos de suas composições vulcânicas capazes de illudirem os incautos, e de engrossarem o partido, que jurou guerra eterna, e exterminadora, às associações humanas, aos Tronos, aos Altares, às Leis, e à pública tranquilidade dos homens. Tal é a vingança bárbara, mas cobarde, que elles tomam da injúria, que julgam fazer-lhe a Nação em os conhecer, em os desprezar, e em os repelir de seu mesmo seio como víboras que o dilaceram”.
Para o autor, no entanto, as autoridades deveriam permitir a entrada dos jornais dos exilados em Portugal, “fazendo-se acompanhar de um antídoto este veneno, dar-se antes da publicação um exemplar de cada um deles a alguns de tantos homens honrados, e illustrados, que entre nós existem, encarregando-se de terminantes respostas; assim se rectificava a opinião pública, e se desvaneciam tantas illusões, confundindo-se a audácia, e impotência de tantos revolucionários acolhidos ao valha couto da liberdade Anglicana”.
O autor é particularmente crítico para com o periódico Correio Interceptado que alcunha de “pequeno”. Para ele, quem o publica é “criminoso”, mas aqueles que lhe mandavam cartas de Lisboa também o seriam. A seguir, o autor diz que “estes impressos” teriam por fim descobrir verdades impossíveis de encontrar nas ciências ou nas artes úteis. O autor prossegue dizendo: “a sua forja é uma Seita, que prossegue com pertinácia na execução do plano de acabar com a Religião, e com os Tronos”.
Referindo-se a acontecimentos como a Revolução Liberal e a morte de D. João VI, o autor interroga-se: “E depois de tantas desgraças, que vem aqui fazer tantos papéis impressos em Londres? Continuar as mesmas desgraças, porque quem causou estas, escreve aqueles.”
O autor descreve e critica as cartas enviadas de Portugal e publicadas no Correio Interceptado nº6, das quais, nenhuma é sobre jornalismo.
Para Macedo, se a imprensa ataca, também por ela deve surgir a defesa.
Para concluir, o autor diz o seguinte: “Concedam-se em Portugal os meios, e a liberdade de responder, não ficará tão impune em Inglaterra a liberdade de imprimir”. Por último, pede a vinda de um nº7 para que ele possa, mais uma vez, responder.
Autor : Ana Irma Osório Amorim Coelho
E-mail: anairmacoelho@hotmail.com