Manso, J. (1942)

MANSO, Joaquim (1942). O Jornalismo.

Autor: MANSO, Joaquim

Ano de elaboração (caso não coincida com ano de publicação)

Ano de publicação/impressão: 1942

Título completo da obra: O Jornalismo

Tema PRINCIPAL: Teoria do Jornalismo

Local de edição: Lisboa

Editora (ou tipografia, caso não exista editora): s/e

Número de páginas: 10

Cota na Biblioteca Nacional e noutras bibliotecas públicas

Cota na Biblioteca Nacional: L.12809//5V. ou P.6478V.

Esboço biográfico sobre o autor

Nascido a 16 de Novembro de 1878 em Cardigos, concelho de Mação, Joaquim Manso notabilizou-se como escritor, ensaísta e jornalista. Para além de colaborar em diversos jornais, tornou-se redactor principal de A Pátria. Ocupou este cargo até 1921, ano de fundação do Diário de Lisboa, de que foi logo director, função que desempenhou durante 35 anos. Muito cedo Joaquim Manso assumiu o inesgotável desafio literário. De entre os vários livros que publicou, destacam-se: Pedras para a Construção dum Mundo, Consciência Nua e Abandonada, Fábulas e Manuel, entre outros. Juntam-se a estes títulos inúmeras conferências.

Foi sócio correspondente da classe de Letras da Academia das Ciências e professor do Conservatório Nacional, onde regia a cadeira de Literaturas Dramáticas.

Faleceu a 10 de Setembro de 1956, aos 77 anos.

Índice da obra

O jornalismo…………………………………………………………………….. 5

A maldita imprensa…………………………………………………………… 6

O motor vital da modernidade……………………………………………. 7

O que é o jornal?………………………………………………………………. 9

O que é o jornalismo?………………………………………………………… 9

Viva o jornalismo!…………………………….. …………………………….. 10

Resumo da obra (linhas mestras)

Segundo o autor, “O jornalismo é a voz dos acontecimentos, a mobilização geral das aspirações humanas” (p. 5), por isso,”muito importa que o público não seja escravo do que lê nem o jornalista do seu leitor”. Joaquim Manso afirma ainda que “O jornal encontra-se ao mesmo tempo, entre o amor da verdade e o amor do lucro”.

Citando Salústio, o autor explica que um jornal, quando mal orientado, pode ter vários vícios, entre os quais o de ter “Muitas palavras e poucas obras” (p. 6). Esses vícios, sustenta Mando, têm repercussões sociais, pois “os povos tiveram no jornalismo uma segurança, um guia, um clarim, uma cidadela e bastantes vezes uma vitória” (p. 6).

“Da imprensa pode dizer-se em desabono e afronta, quanto se quer, até mesmo acusá-la de acções que não praticou” (p. 6), continua o autor, e por isso o jornalismo “paga o que deve e o que não deve à moral, à justiça, ao patriotismo e ao próprio Deus” (p. 6).

Suprimir o jornal seria quase suprimir, segundo o autor, “um dos motores vitais da modernidade” (p. 8). A curiosidade humana nutre-se do jornal, prossegue Joaquim Manso, pois esse reúne nas suas páginas “uma riqueza apetecida e saboreada, embora fugaz, corrida na terra inteira”. Mais do que isso, realça o auto, “Por intermédio do jornal todas as cidades falam, dialogam e discorrem, sob os nossos olhos”.

Segundo Guillaume Tarde, citado pelo autor, a imprensa “é livre, mas depende de duas clientelas para o mesmo papel” (p.9), uma que quer ler a baixos custos e outra que quer ser lida mas que tem que produzir a altos custos.

O autor questiona-se se “Quando o jornal trafica, mente ou calunia, desclassifica-se e muda de clima e de espécie?” (p. 9) E seguidamente responde: “Os artigos, as noticias, as reportagens, as criticas e as crónicas não são redigidas por anjos, o que não implica que sejam por demónios” (p. 9).

“O que é um jornal no fim de contas?”, interroga-se Manso. Dá então a resposta: “Uma folha volante que anda de mão em mão, na qual, sob a responsabilidade de alguém, se emitem opiniões e juízos, se narram acontecimentos e se apreciam factos, na hora em que tudo isto ferve, arde ou palpita, na mais rigorosa actualidade” (p. 9). Em síntese, para Manso um jornal é “é a imagem viva do tempo” (p. 9), mesmo que não tenha a durabilidade dos livros.

O autor afirma, em conclusão, que “O jornalismo exige clareza mental, bom senso, visão rápida e segura, sentido moral agudo, a fim de não misturar, na forja em que tem de trabalhar, o certo com o incerto, a paixão cega com a tolerância amável, o episódio inventado com a realidade bem observada”. (pp. 9-10)

Nome completo do autor da ficha bibliográfica: Pedro Silva

E-mail: 16604@ufp.pt / pedricsilva@hotmail.com