Mesquita et al. (1903)

MESQUITA, Alfredo; PARREIRA, José e COSTA, L. de Mendonça/ASSOCIAÇÃO DOS JORNALISTAS DE LISBOA (1903). Relatório dos Delegados da Associação dos Jornalistas de Lisboa Alfredo Mesquita, José Parreira e L. de Mendonça e Costa ao 8º Congresso Internacional da Imprensa – Berna, 1902.

Autores: MESQUITA, Alfredo; PARREIRA, José e COSTA, L. de Mendonça

Ano de elaboração (caso não coincida com ano de publicação)

Ano de publicação/impressão: 1903

Título completo da obra: Relatório dos Delegados da Associação dos Jornalistas de Lisboa Alfredo Mesquita, José Parreira e L. Mendonça e Costa ao 8º Congresso Internacional da Imprensa – Berna 1902

Tema principal: Conjuntura Jornalística

Local de edição: Lisboa

Editora (ou tipografia, caso não exista editora): Typografia Univesal

Número de páginas: 14

Cota na Biblioteca Nacional e eventualmente noutras bibliotecas públicas

Cota na Biblioteca Nacional: P. 8055 V.

Esboço biográfico sobre os autores

Alfredo Mesquita nasceu em 1871, na cidade de Angra do Heroísmo. Vem para Lisboa e inscreve-se no Instituto Industrial e Comercial de Lisboa, onde após alguns anos alcança a nomeação de secretário da Escola Naval, sendo depois transferido para as funções na biblioteca.

Na carreira de periodista iniciou-se numa folha semanal, O Crédito. Com o tempo aumentou a efectividade nos periódicos diários Democracia Portuguesa, Nacional, Portugal, Correio Nacional, Jornal do Comércio, Comércio do Porto e Diário de Notícias. A sua escrita versava diferentes temáticas. Foi secretário da Associação de Jornalistas e Homens de Letras de Lisboa. Teve participações na revista O Ocidente, sob pseudónimo de João Prudêncio, mostrando talento crítico acentuado. Além da obra em que participou com José Parreira e Mendonça Costa, publicou, entre outros, Portugal Moribundo, Memórias de um Fura-Vidas e Lisboa, colecção que a editora iniciou sob o título geral de Portugal Pitoresco e Ilustrado.

José Parreira, natural de Loulé, nasceu no ano de 1865. Os primeiros estudos são feitos em Braga, mas também ele vem para Lisboa, mostrando desde cedo dotes para o jornalismo. Foi na capital que entrou para a redacção do Correio da Noite. Dali transitou para o Diário de Notícias conseguindo o lugar de redactor na antiga Câmara dos Deputados. Colaborou n’O Século e no Diário de Lisboa. Chefiou a delegação em Lisboa do Jornal de Notícias e fundou os jornais O Combate e O Rumor. Como secretário da Antiga Associação de Jornalistas foi com Alfredo Mesquita e Mendonça e Costa ao 8º Congresso Internacional de Imprensa, sobre o qual publicaram o elucidativo relatório abaixo descrito.

O outro autor, Mendonça e Costa, foi um jornalista nascido em Lisboa no ano de 1849. Foi empregado na administração do Jornal do Comércio e começou a fazer correspondências para vários jornais dos Açores. Era reconhecido com tendo o talento de escritor correcto e de um jornalista hábil. Deve-se-lhe a iniciativa da publicação do primeiro Manual do Viajante em Portugal. Fundou a Gazeta dos Caminhos de Ferro – uma revista técnica que o autor dotou das melhores oficinas gráficas, garantindo grande longevidade. Morreu em 1922. Publicou, também, entre os anos de 1876 e 1879, um curioso Almanaque da Senhora Angot, muito apreciado na época.

Índice da obra

[Não tem índice]

Resumo da obra (linhas mestras)

Os autores descrevem a sua participação no Congresso Internacional da Imprensa de Berna. Embora a parte final da obra, que é também maioritária, narre unicamente a forma como decorreu a estadia dos jornalistas na Suíça, na primeira parte os autores centram-se no que se passou no evento, chamando a atenção para os discursos que relevavam a necessidade de moralização e contenção verbal dos jornalistas, a proposta de criação de tribunais “de classe” para regular as questões relacionadas com a falta de ética dos jornalistas e a necessidade de os abusos de liberdade de imprensa serem julgados por tribunais específicos e especializados.

Os autores registam, por outro lado, as propostas sobre a instituição, na Europa, da formação superior universitária dos jornalistas. Estas, porém, merecem-lhes um comentário que poderá indiciar a sua falta de acordo com elas (muitos jornalistas portugueses discordavam de que fosse necessário um curso de jornalismo para se ser jornalista):

“Mencionamos o facto não na esperança de que ele possa constituir estímulo entre nós, mas no propósito de assinalar todas as novas ideias (…) a despeito de todas as descrenças”. Mesquita, Parreira e Costa dizem, finalmente, que durante o congresso se discutiram ainda questões como a propriedade intelectual, as indemnizações aos jornalistas em caso de despedimento, as garantias aos profissionais pela mudança da propriedade de um jornal, as obrigações de um jornal para com os jornalistas condenados por abuso de liberdade de imprensa, o estatuto dos jornalistas desenhadores, etc.

Nome do autor da ficha bibliográfica: Nair Silva/Jorge Pedro Sousa

E-mail: nair.silva@gmail.com