Coimbra, A. (1934)
COIMBRA, Armando (1934). Jornalismo Escolar Figueirense.
Autor: COIMBRA, Armando Dias
Ano de elaboração (caso não coincida com ano de publicação)
Ano de publicação/impressão: 1934
Título completo da obra: Jornalismo Escolar Figueirense
Tema principal: História do Jornalismo
Local de edição: Figueira da Foz - Aveiro
Editora (ou tipografia, caso não exista editora): Tipografia Popular
Número de páginas: 61
Cota na Biblioteca Nacional e noutras bibliotecas públicas
Cota na Biblioteca Nacional: L. 27136//9 P.
Cota na Biblioteca Municipal do Porto: I3-4-78 (15)
Esboço biográfico sobre o autor ou autores (nascimento, morte, profissão, etc.)
Professor no liceu José Estêvão em Aveiro e autor de “Os “Presépios” ou “: Autos Pastoris” da Figueira da Foz”. Director do Jornal “Fraternidade Escolar”, em 1913
Índice da obra
Prefácio: p. 7
Recreio Literário: pp. 9-12
Ecos do Colégio: pp. 13-17
O Petiz: pp. 18-20
O Rapaz: pp. 20-21
A Fraternidade Escolar: pp. 22-27
A Mocidade Escolar: pp. 28-30
O Raio X: pp. 31-32
Sempre Pronto: pp. 33-34
Jornal Escolar: pp. 35-37
Águia de Portugal: pp. 38-40
Alma Infantil: pp. 41-44
O Académico Figueirense: pp. 45-52
O Bicho: pp. 53-56
Jornais manuscritos e copigrafados: pp. 57-58
Adenda: pp. 59-60
Resumo da obra (linhas mestras)
Armando Coimbra, autor do volume intitulado Jornalismo Escolar Figueirense, faz uma descrição detalhada do que foi o percurso dos jornais escolares figueirenses desde 1903. Este volume vem de encontro a um volume anteriormente escrito no ano de 1926 por um outro autor, Cardoso Marta. Segundo Armando Coimbra, Cardoso Marta, no seu livro Jornalismo Figueirense, não reuniu todos os jornais escolares. E por isso, em 1934, Armando Coimbra entendeu reunir com algum cuidado a história dos vários jornais escolares figueirenses numa mesma obra, descrevendo-os de forma pormenorizada.
Esses jornais escolares eram feitos por alunos para alunos. Na perspectiva de Coimbra, o jornal escolar figueirense mais antigo foi o Recreio Literário. Iniciou a sua publicação em Julho de 1903, terminando em Julho de 1905. Sobre o jornal Recreio Literário, Coimbra afirma que Cardoso Marta incorre em dois erros, nas datas de publicação e no número de publicações. O redactor principal deste jornal era José Brandão, aluno da 2ª classe. Eram publicações mensais dos alunos do Colégio Liceu Figueirense. Este jornal tinha por objectivos de ser cientifico, recreativo e noticioso e que as suas notícias fossem de facto sobre a vida escolar. Para a primeira publicação, este jornal era impresso no colégio, só a partir da oitava publicação é que o jornal passou a ser composto na tipografia do colégio, e só na décima quarta publicação o jornal era composto e impresso no colégio. Coimbra menciona “o jornal é de todos os alunos e todos darão a sua cota parte para o seu engrandecimento”. Este jornal deixou de ser publicado e é continuado por outro jornal chamado Ecos do Colégio. Ecos do Colégio “ (…) é o sucessor do “Recreio Literário” (…)”. Era como o anterior, um jornal dos estudantes, composto e impresso na tipografia do colégio. A primeira série de tiragens iniciou-se em Março de 1906, numa publicação mensal de aspecto gráfico “interessante”. Foi publicado entre 1906 e 1911,com algumas interrupções. Posteriormente, Armando Coimbra verificou que foi retomado entre 1925 e 1926 de 1926 a 1927.
Armando Coimbra, nas palavras de Cardoso Marta, diz-nos que o jornal O Petiz, de 1905, era um “ (…) jornalzinho que a mocidade das oficinas tipográficas da Figueira preenchia as horas de lazer, e dava folga às suas questiúnculas pessoais (…). O “Petiz” era mensal, e o seu nº 1 foi de Março de 1905. Num artigo de fundo, é dito “ (…) A vida jornalística é a melhor vida que há no mundo inteiro, a vida jornalística não é só boa como poderosa, não é só poderosa como linda. (…)”, terminando da seguinte forma “(…) sempre avante, viva a liberdade! viva a imprensa!”. Armando Coimbra não tem bem ciente o local de impressão do primeiro numero de O Petiz, mas especula que tenha sido na Imprensa Lusitana, onde foram impressos o segundo e o terceiro números. O último número de O Petiz foi datado de Maio de 1905. Surge em simultâneo, em 1905, um jornal chamado O Rapaz. Este jornal era um “jornal de bota-abaixo e escacha pessegueiro”. Iniciou a sua publicação em 31 de Maio de 1905, na Figueira da Foz. Na primeira página do seu primeiro número, ao centro estava um desenho representando O Rapaz armado de um varapau e zurzindo O Petiz, caído. Estes dois jornais eram rivais: “ (…) “O Rapaz” foi mais um jornal para combater “O Petiz” do que outra coisa. Os redactores destes dois jornais eram irmãos e como tal tinham rivalidades que fomentaram a existência de O Rapaz. O Rapaz tinha uma literatura “nada recomendada” pois era pouca e má. Novamente Armando Coimbra encontra uma falha entre 1912 e 1915 no volume de Cardoso Marta. Este, em Jornalismo Figueirense, não dá notícia de nenhum jornal publicado nesse intervalo de tempo. No entanto, em 29 de Agosto de 1913 surgiu à luz um jornal académico, A Fraternidade Escolar, de publicação quinzenal e fruto dos alunos das escolas de Figueira. Na quarta edição deste jornal, Armando Coimbra, passa a director e coloca como redactor seu irmão Augusto Coimbra. Este jornal teve uma complicada situação financeira devido à falta de colaboração e à falta de verbas para impressão do mesmo. As assinaturas não eram pagas e as dificuldades acumulavam-se. A 20 de Setembro de 1913, Armando Coimbra, antes de se assumir como director, escreve dois artigos para inserção nas secções, um deles assinando com o seu pseudónimo. Mesmo lutando, diversificando artigos e temas, a vida deste jornal foi-se extinguindo pouco a pouco. A Fraternidade Escolar desapareceu “por causa da falta de fraternidade”.
Finda de forma atribulada por causa de dívidas com a tipografia no seu número sete, a 10 de Janeiro de 1914. Entre 1914 e 1924, houve um decréscimo e até interregno na publicação de qualquer jornal escolar, por causa da Grande Guerra, entre outros factores que contribuíram para o encarecimento do papel e de todo o restante material de impressão. Em Janeiro de 1924, surge-nos o jornal A Mocidade Escolar. Os seus proprietários eram alunos da escola Comercial. Era uma publicação quinzenal, composto e impresso na tipografia peninsular. Um jornal “feito por rapazes para rapazes, contribuindo para o proveito da escola e a trabalhar com o ínfimo préstimo a favor do desenvolvimento do ensino”. Jornal possuidor de várias secções, “de forma a agradar a todos os paladares”. A partir do terceiro número, sofre uma alteração no cabeçalho do jornal, que apresenta um aspecto gráfico diferente e passa a ser composto e impresso na tipografia Mondego. Terminou a sua publicação a 25 de Maio de 1924. A 5 de Fevereiro de 1924, entra em cena um jornal de cariz humorístico, quinzenal, chamado O Raio X. Era composto e impresso pela tipografia Peninsular. Neste jornal colaboravam alunos da Escola Comercial da Figueira da Foz. O jornal esperava dos seus colaboradores “um bom acolhimento, (…) valiosa cooperação intelectual e principalmente…monetária.” Possivelmente por terem falhado tais colaborações, este jornal não passou do seu primeiro número. No primeiro de Dezembro de 1925, surge um semanário do Grupo de Escuteiros nº 31, da Escola Industrial da Figueira da Foz, o Sempre Pronto. Um jornal de propaganda escutista. No artigo de fundo, Ernesto Tomé diz: “ (…) os rapazes do grupo nº31- resolveram publicar o presente semanário, sem preocupações de fazer jornalismo, mas tão somente com o desejo de estadulhar o seu amor e dedicação pela causa do Escutismo”. Terminou a sua publicação no número oito, a 4 de Março de 1926. Este mesmo grupo publicou um outro jornal, de novo de cariz escutista, intitulado Águia de Portugal. Depois dos jornais Mocidade Escolar, em 1924, e Sempre Pronto, em 1925, os alunos da escola Comercial da Figueira da Foz abriram uma terceira publicação, com o nome de Jornal Escolar. Iniciou-se em 1925, composto e impresso na tipografia peninsular, na Praça do Comércio. Este jornal foi fundado com o objectivo principal de beneficiar a escola e tudo que lhe dissesse respeito. No número 6 deste jornal começa a faltar colaboração monetária, pelo que finda a 5 de Março de 1926. Em 1927, é publicado pelos alunos da Escola Comercial e Industrial da Figueira da Foz um segundo jornal de cariz escutista. Esse jornal era o Águia de Portugal, elaborado pelo mesmo grupo que fez o jornal Sempre Pronto em 1925. O seu número um é de Janeiro de 1927, trazendo uma pequena novidade: no canto direito da cabeça do jornal, um mandamento dos escuteiros. No artigo “Palavras Iniciais” é dito que este jornal é: “o esforço que nós fizermos pelo escutismo. É quase nada o auxílio que prestamos aos escuteiros, porque eles são os Cavaleiros contemporâneos, os pioneiros da bem, os homens verdadeiros de amanhã (…)”. Com o número cinco terminou a sua publicação, em Maio de 1927. No dia 1 de Maio de 1931, em Paião, pertencente ao concelho da Figueira da Foz, iniciou a sua publicação um jornal chamado Alma Infantil. Este jornal pertencia ao Órgão da Associação dos Amigos da Escola Oficial do Paião. Composto e impresso na Tipografia Popular, a redacção e administração pertencia à Escola Masculina do Paião. Com o número sete, de Abril de 1932, deixou de ser publicado. De todos os jornais escolares deste livro, o mais regular dele todos foi o jornal O Académico Figueirense. A ideia de constituir este jornal foi ideia dos próprios alunos da Academia Figueirense. Depois de Assembleias para constituição dos órgãos do jornal e de se legalizar, saiu para as bancas no dia 11 de Novembro de 1933. Era composto e impresso na Tipografia Popular. Trata-se de um jornal mensal, educativo, instrutivo e recreativo. As tiragens rondavam entre os 450 e os 800 exemplares. Findou a 1ª série, com o número dez, a 31 de Julho de 1934, “cumprindo os seus objectivos de educar, instruir e recrear”. A 2ª série este jornal apareceria em Outubro do mesmo ano.
Publicado pelos alunos do Liceu Municipal do Dr. Bissaia Barreto, o jornal O Bichoé um único número, pois foi constituído para as comemorações da festa escolar do liceu, no ano lectivo de 1933 a 1934. No cabeçalho do jornal estava o símbolo do liceu, duas mãos segurando um molho de vimes. A tiragem foi de cerca de 800 exemplares. Trazia o programa da festa e alguns artigos de interesse para os alunos. Armando Coimbra faz um pequeno comentário a este jornal comemorativo, afirmando que: “A revisão das provas do jornal não mereceu à redacção o cuidado necessário que era de esperar numa publicação de alunos para um número único comemorativo das festas do seu liceu. Inúmeras gralhas adejam pelo corpo do jornal, o que prova que não se fez revisão de provas, ou se se fez, muito imperfeita ela foi. (…)”. Acrescentado que: “foi o último jornal que se publicou até hoje.”. Relativamente aos jornais manuscritos, Armando Coimbra só tem conhecimento de um, O Carvalhense, de 1880. Já dos jornais copigrafados, Aramando Coimbra dá-nos conta de: O Baco, em 1897; A Aurora, em 1887; O Atrevido, em 1898; A Risota, em 1898; A Noite, em 1900; A Alvorada, em 1903; O Gazeteiro, em 1918; O Seringa, em 1923, e por último A Porca e O Parafuso, em 1923.
Nome completo do autor da ficha bibliográfica: Bélinda Patrícia Marques Abreu
E-mail: belindapatricia@gmail.com