Cronologia de acontecimentos: Portugal 1640 - 1974
Jorge Pedro Sousa
Universidade Fernando Pessoa e Centro de Investigação Media e Jornalismo
1640
- Restauração da Independência
(1 de Dezembro). D. João IV aclamado Rei de Portugal.
- Início da Guerra da Restauração
que opõe Portugal a Espanha.
1641
- Início da publicação da Gazeta “da Restauração” (Novembro), com
alvará concedido a Manuel de Galhegos.
- Iniciativas diplomáticas e
tratados de aliança com França, Suécia e Holanda.
- Holandeses conquistam
territórios portugueses no Brasil, extremo-oriente e África, num movimento que
continuará nos anos seguintes.
1642
- Lei de 19 de Agosto proíbe a
impressão de gazetas com notícias do Reino ou do estrangeiro. A Gazeta interrompe a publicação, mas
retornará mais tarde sob a designação de Gazeta
de Novas Fora do Reino.
- João Franco Barreto, por
alvará régio de 29 de Julho de 1642, tem licença para “traduzir e imprimir as
relações de França e suas gazetas”.
- Renovação da aliança com
Inglaterra.
- Abolição dos monopólios reais
nas Índias e Guiné.
- Holandeses conquistam Axém.
- [Início da Guerra Civil
Inglesa, que terminará com a execução do Rei Carlos I.]
1643
- Revalidação das Ordenações Filipinas mantém, para o caso
da imprensa, o sistema de licenciamento, taxas e censura prévia, civil e
eclesiástica.
1644
- Batalha do Montijo, que
termina com um resultado incerto para portugueses e espanhóis, motiva Luís
Marinho de Azevedo a escrever Apologia Militar en Defensa de la Victoria de Montijo
Contra las Relaciones de Castilla, y Gazeta de Genoba, que la Calumniaron Mordaces,
y la Usurpan Maliciosas, primeira reflexão conhecida sobre
jornalismo da autoria de um português.
- Cerco
espanhol a Elvas.
- Início
da insurreição contra os holandeses no Brasil.
1647
- Término
da publicação da Gazeta “da Restauração”.
- Tentativa
de regicídio.
- Criação
da Aula de Fortificações e Arquitectura Militar.
- Comerciantes
ingleses beneficiados no comércio com Portugal.
- Portugal
passa à ofensiva declarada no Brasil e em África, para desalojar os holandeses.
Reconquista de Luanda e de São Tomé e Príncipe.
1653
- Reconquista
de Pernambuco aos holandeses.
1654
- Tratado de Paz e Aliança com
a Inglaterra.
- Expulsão definitiva dos
holandeses do Brasil. Continuam os conflitos ultramarinos com os holandeses.
1655
- Tratado
de Aliança com a França.
1656
- Morte
de D. João IV. D. Afonso VI é aclamado Rei, sob a regência de D. Luísa de
Gusmão.
- Bloqueio
do Tejo pelos ingleses.
- Fundação
da Companhia de Cacheu e Rios da Guiné inicia, no Portugal Restaurado, uma
época de criação, reorganização e extinção de companhias monopolistas.
1657
- Perda
de Olivença para Espanha.
- Nacionalização
da Companhia Geral de Comércio para o Brasil.
1659
- Batalha
das Linhas de Elvas.
1661
- Tratado
de paz com a Holanda não interrompe as hostilidades no ultramar.
- Espanha
invade o Alentejo.
1662
- Golpe
de Estado.
1663
- Início
da publicação do segundo periódico português, o Mercúrio.
- Legislação
sobre licenças para obras que envolvam “coisas de Estado” ou “reputação
pública”.
- O
exército espanhol chega a Évora e a Alcácer do Sal. Batalha do Ameixial termina
com vitória portuguesa.
1664
- Batalha
de Castelo Rodrigo
1665
- Batalha
de Montes Claros.
1667
- Abdicação
de D. Afonso VI. Regência de D. Pedro.
- Tratado
de Aliança com a França.
1668
- Tratado
de paz com a Espanha e reconhecimento da Independência de Portugal e da Casa de
Bragança. Portugal perde Ceuta.
1669
- Tratado
de Paz com a Holanda.
1672
- Lei
pragmática contra o luxo.
- Legislação
anti-judaica e início de perseguições aos cristãos-novos, que durarão vários
anos.
1673
- A
ilha de Santa Helena passa para a posse de Inglaterra.
1678
- Política
de desenvolvimento manufactureiro. Chegam artífices estrangeiros para virem
ensinar novos ofícios aos portugueses.
- Política
de exportação de vinho, especialmente Vinho do Porto, para Inglaterra.
1680
- Fundação
da Colónia de Sacramento marca uma nova tentativa de expansão ultramarina
portuguesa para o sul da América-Latina.
1682
- Fundação
da Companhia Negreira do Pará e Maranhão.
1683
- Morte
de D. Afonso VI. D Pedro II é aclamado Rei.
1684
- Lei
de defesa e protecção dos escravos.
1697
- Descoberta
de ouro no Brasil.
- Franceses
ocupam o Amapá, no Brasil.
1699
- Chega
a Portugal o primeiro carregamento de ouro do Brasil.
- Franceses
atacam Bissau.
1701
- Tratado
de Aliança entre Portugal e Espanha.
- Tratado
de Aliança com França.
1703
- Portugal
rompe com Espanha e França e alia-se à Inglaterra e à Holanda.
- Tratado
de Methuen.
- Forças
hispano-francesas invadem Portugal, mas são rechaçadas.
1706
- Portugal
invade Espanha, numa tentativa de fazer aclamar Carlos II como Rei de Espanha.
As forças portuguesas chegam a Madrid.
- Morte
de D. Pedro II. D. João V é aclamado Rei.
1707
- Batalha
de Almansa. Portugal, derrotado, retira de Espanha.
- Guerra
dos Emboabas.
1709
- Lei
proíbe emigração para o Brasil.
1710
- Luta
pela posse do Rio de Janeiro opõe franceses e portugueses. Batalha naval.
- Guerra
dos Mascates.
1711
- Decreto
proíbe que os navios estrangeiros comerciem nos portos brasileiros excepto
quando integrados em frotas comerciais.
- Ataques
de corsários franceses ao Rio de Janeiro.
- Batalha
do Caia.
- Carta
Régia proíbe emigração para o Brasil.
1712
- Franceses
e espanhóis atacam Campo Maior.
1713
- Tratado
de Utreque e armistício com a França.
1715
- Início
da publicação da Gazeta de Lisboa.
1717
- Batalha
de Matapan.
- Construção
do Convento de Mafra.
- Construção
da biblioteca da Universidade de Coimbra.
- Fundação
da Academia Portuguesa.
1718
- Início
da publicação da Gazeta de Lisboa
Ocidental.
1720
- Fundação
da Academia Real de História.
- Lei
proíbe emigração para o Brasil.
1721
- Lei
de protecção ao património arqueológico português.
1724
- Instalação
da Feitoria Inglesa no Porto.
1725
- Corte
de relações com a França.
1728
- Corte
de relações com a Santa Sé.
1730
- Restabelecimento
das relações diplomáticas com a França.
- Holandeses
abandonam Moçambique.
1734
- Ameaça
de guerra com Espanha.
1737
- Tratado
de paz entre Portugal e Espanha.
1742
- Instalação
da primeira máquina a vapor a funcionar em Portugal. Política
de desenvolvimento industrial.
1750
- Morte
de D. João V. D. José I é aclamado Rei.
- Sebastião
José de Carvalho e Melo, futuro marquês de Pombal, é nomeado secretário dos
Negócios Estrangeiros.
- Tratado
de Madrid sobre as fronteiras ibéricas.
1755
- Fundação
da Junta do Comércio.
- Terramoto
de Lisboa. O (futuro) marquês de Pombal assume a reconstrução da cidade.
1756
- Criação
da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro.
1757
- Motins
no Porto contra a Companhia das Vinhas do Alto Douro.
- Fundação
da Arcádia Lusitana.
1758
- Liberdade
de comércio com Angola e Moçambique.
- Declaração
da liberdade de todos os índios brasileiros.
- Atentado
contra D. José I. Prisão dos Távoras.
1759
- Execução
dos Távoras por tentativa de regicídio. Confisco dos bens da família a favor do
Estado.
- Expulsão
dos jesuítas.
- Reforma
do ensino e criação da Aula de Comércio.
1760
- Sebastião
José de Carvalho e Melo é agraciado com o título de conde de Oeiras.
- Rompimento
de relações com a Santa Sé.
1761
- Publicação
da Gazeta Literária.
- Portugal
não adere ao Pacto de Família.
- Abolição
do tráfico de escravos para a metrópole e da escravatura na metrópole.
- Fundação
do Real Colégio dos Nobres.
1762
- Guerra
Fantástica entre Portugal e Espanha. Espanha recebe auxílio de França.
- Fundação
da Real Escola Náutica.
1763
- Tratado
de paz entre Portugal e Espanha.
- Início
da publicação do Hebdomário Lisbonense,
jornal noticioso.
1768
- Fundação
da Imprensa Régia.
- Instituição
da Real Mesa Censória.
1769
- Sebastião
José de Carvalho e Melo é agraciado com o título de marquês de Pombal.
1770
- Reatamento
das relações com a Santa Sé.
1771
- Edital
precisa o artigo 9º da Lei de 5 de Abril
de 1768 sobre a criação da Real Mesa Censória. Real Mesa Censória passa a
controlar o ensino.
- Terminam
oficialmente os autos-de-fé (embora o último só tivesse lugar em 1781, em Coimbra).
1772
- Reforma
da Universidade.
- Organização
do ensino primário público.
- Reforma
da Inquisição.
1773
- Termina
a distinção entre cristãos-velhos e cristãos-novos.
- Dissolução
dos jesuítas em Portugal.
1774
- Decretada
igualdade de direitos entre habitantes da Índia e do Continente.
1776
- [Declaração
da Independência dos Estados Unidos. Guerra da Independência dos EUA.]
1777
- Morte
de D. José I. D. Maria I é aclamada Rainha de Portugal e com a sua ascensão ao
trono termina o período pombalino.
- D.
Maria I concede um perdão régio aos marqueses de Távora e Alorna.
- No
período pombalino criaram-se quinze periódicos, três deles noticiosos (Hebdomário Lisbonense, Lisboa e Gazeta Extraordinária de Londres, traduzido) e os restantes
culturais, científicos e de divulgação de ideias, sendo o mais importante
destes a Gazeta Literária.
1778
- Inquisição
persegue intelectuais.
- Compra
de máquina a vapor inglesa.
- Surge
o Com Privilégio Real, primeiro
jornal português de economia e comércio.
1779
- Fundação
da Academia Real das Ciências de Lisboa (abertura em 1780).
- Fundação
da Academia Real de Marinha.
- Inauguração
do Observatório Astronómico de Coimbra.
1780
- Criação
da Aula de Desenho e Debuxo do Porto.
1781
- Decreto
estabelece a censura de papéis, folhas volantes e temporárias, nacionais e
estrangeiros.
- O
marquês de Pombal, detestado pela Rainha, é julgado e condenado a desterro.
Morrerá no ano seguinte.
- Absolvição
da memória dos Távoras.
[Fim
da guerra da independência nos Estados Unidos]
1784
- Criação
da Real Mesa da Comissão Geral da Censura, depois abolida pela criação da Junta
da Directoria e Estudos das Escolas do Reino.
1785
- Proibição
de criação de indústrias no Brasil.
1787
- Inauguração
do Observatório Astronómico da Academia das Ciências.
1789
- Inconfidência
Mineira. O Brasil, revoltado com as políticas que constrangem o seu
desenvolvimento, começa a desenvolver um sentimento independentista.
[Revolução
Francesa]
1790
- Criação
das primeiras escolas reservadas ao sexo feminino.
- Fundação
da Academia Real de Fortificação, Artilharia e Desenho.
- Fundação
da Nova Arcádia Lusitana.
- Surge
o Correio Mercantil, jornal
especializado em economia.
1792
- Face
aos problemas mentais da Rainha, o príncipe herdeiro D. João, futuro Rei D.
João VI, assume o governo do país.
- Política
de desenvolvimento das infra-estruturas de comunicações e das minas.
1793
- Portugal
entra na coligação contra a França revolucionária.
- Fim
das qualificações e denominações dos cristãos-novos.
1794
- Portugal
participa na campanha do Rossilhão.
1796
- Fundação
da Real Biblioteca Pública.
- Alvará
regulamentador da imprensa.
1797
- Instituição
dos Serviços (regulares) de Correio.
1798
- Inconfidência
Baiana, no Brasil. Fortalece-se o sentimento independentista brasileiro.
- Terminada
a construção de estradas de Lisboa a Coimbra e do Porto a Guimarães.
1799
- Início
do serviço regular de diligência entre Lisboa e Coimbra.
- Regência
oficial do príncipe D. João.
1801
- Inconfidência
Pernambucana, no Brasil.
- Espanha
invade Portugal e toma Olivença.
1802
- Fundação
da loja maçónica do Grande Oriente Lusitano.
1803
- Reafirmação
de que os papéis, folhas volantes, etc., nacionais ou estrangeiros, sejam
sujeitos a censura.
- Decreto
dá privilégios à Imprensa Régia.
- Aviso
acerca da censura e licenciamento de papéis periódicos da Imprensa Régia.
- Edital
de polícia acerca de “papéis e livros ímpios”.
- Avisos
sobre a impressão de papéis volantes.
1805
- Legislação
obriga à remessa para a Real Biblioteca da Corte de um exemplar de todos os
papéis impressos no Reino
1806
- Napoleão
decreta o Bloqueio Continental aos ingleses, a que Portugal não adere.
1807
- Portugal
é intimado a fechar os portos à Inglaterra.
- Tratado
de Fontainebleau entre a França e a Espanha estabelecia a divisão de Portugal
entre esses dois países.
- Primeira
invasão francesa. Cumprindo o plano acordado com os britânicos, a Família Real
foge para o Brasil e a corte instala-se no Rio de Janeiro, que se torna capital
do Reino, ficando Portugal reduzido à condição de uma espécie de colónia do
Brasil.
- Surgem
periódicos clandestinos anti-franceses (como o Jinó, o Maneta, etc.).
- Surge
o primeiro periódico feminino em Portugal, O
Correio das Modas.
1808
- Abertura
dos portos brasileiros ao comércio com Inglaterra.
- Revoltas
em Portugal contra as tropas de ocupação francesas.
- Desembarque
do Exército Britânico em Portugal, sob o comando de Wellesley, duque de
Wellington, futuro carrasco de Napoleão em Waterloo.
- Derrota
dos franceses nas batalhas da Roliça e Vimeiro. Os invasores abandonam o país.
- Criação
do Banco do Brasil.
- Lei
autoriza a industrialização do Brasil.
- Publicação
da Gazeta do Rio de Janeiro.
- Criação,
no Rio de Janeiro, da Mesa do Desembargo do Paço e Consciência e Ordens.
- Decreto
regulando a Impressão Régia no Brasil.
- Início
do primeiro período de explosão do jornalismo em Portugal. Publicação
de jornais como o Leal Português,
anti-francês, e o Minerva Lusitana,
igualmente anti-francês. O Minerva
Lusitana ter-se-á tornado diário, o que lhe daria o título de primeiro
jornal diário português.
1809
- Segunda
invasão francesa.
- Instituição
de um governo inglês de crise em Portugal, liderado por Beresford, autorizado pelo
príncipe D. João.
- Vários
diários portugueses iniciam a publicação e outros reconvertem-se em diários (Diário Lisbonense, edição diária do Correio da Tarde, edição diária da Gazeta de Lisboa, Novo Diário de Lisboa, Jornal
de Lisboa O Mensageiro, etc.).
1810
- Tratado
comercial entre Portugal e a Inglaterra.
- Terceira
invasão francesa. Os franceses são derrotados no Buçaco, mas prosseguem a
marcha para Lisboa.
- Inauguração
da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.
- Perseguições
aos liberais e afrancesados. Setembrizada (alegada conspiração liberal leva à
prisão de 50 personalidades portuguesas nos Açores).
- Início
de um período de diminuição do número de jornais devido aos crescentes
constrangimentos colocados à imprensa após a saída do invasor. Exilados
liberais publicam jornais no estrangeiro, que fazem entrar clandestinamente em
Portugal (como o Correio Brasiliense,
que tinha iniciado a publicação em 1808).
- Construção
das Linhas de Torres Vedras, fortificações defensivas no caminho para Lisboa.
- Primeiras
reacções contra a governação inglesa de Portugal, que privilegiava os
britânicos em detrimento dos portugueses.
- Ordem
para se riscarem as fórmulas e títulos impostos pelo invasor dos papéis
públicos.
- Edital
de polícia contra a circulação de papéis sediciosos.
1811
- Os
invasores franceses retiram definitivamente de Portugal. Wellington persegue-os
até Toulouse, onde travará, em 1814,
a última batalha da Guerra Peninsular, ao mesmo tempo
que Napoleão era deposto e os exércitos aliados entravam em Paris.
- No
rescaldo das invasões francesas, Portugal, roubado por franceses, espanhóis e
ingleses e reduzido a uma espécie de colónia brasileira, encontra-se quase
falido e sujeito a uma governação estrangeira (Beresford governará até 1820).
- Proibição
de entrada no país dos periódicos Correio
Braziliense e O Observador Português
em Londres, tidos por sediciosos.
1812
- Primeiro
pedido formal de regresso da Família Real a Portugal.
1815
- O
Brasil é elevado à categoria de Reino pela Carta de Lei que cria o Reino Unido
de Portugal, Brasil e Algarves.
1816
- Morte
de D. Maria I. D. João VI é Rei.
- Beresford
obtém do Rei mais poderes para governar Portugal.
1817
- Revolta
em Lisboa contra o domínio britânico em Portugal e pela instituição de um
regime liberal termina com a execução dos líderes dos revoltosos naquele que
hoje é conhecido por Campo dos Mártires da Pátria. O cabecilha do golpe,
general Gomes Freire de Andrade, é o único a ser executado no forte de São
Julião da Barra.
- Ocupação
de Montevideu por tropas portuguesas.
1818
- Aclamação
formal de D. João VI como Rei de Portugal.
- Fundação
do Sinédrio, grupo de conspiradores liberais do Porto.
1820
- Criação
de Comissão de Censores para a aprovação de licenças de impressão.
- Cessa
a suspensão sobre a entrada de periódicos escritos em português editados no
estrangeiro. Inicia-se um segundo período de expansão da imprensa portuguesa,
por todo o país e de todas as tendências, como O Independente (liberal, surgido em 1821 pela mão de Fernandes
Tomás; o Astro da Lusitânia, que se
tornou o jornal mais lido no país; ou a Gazeta
Universal, antiliberal, do padre José Agostinho de Macedo)..
- Portaria
com instruções sobre a forma de proceder à censura de periódicos e folhas
volantes.
- Responsabilização
dos redactores dos periódicos pelos ataques e insultos feitos a particulares.
- Revolução
Liberal no Porto e constituição da Junta Suprema de Governo do Reino. Deposição
de Beresford.
- Realização
das primeiras eleições em Portugal.
1821
- Reunião
das Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa.
- Abolição
do tribunal do Santo Ofício.
- Fundação
do primeiro banco português, o Banco de Lisboa.
- Regresso
de D. João VI a Portugal.
- Decreto
de suspensão da censura prévia até posterior legislação (2 de Março).
- Primeira
Lei de Liberdade de Imprensa (4 de Julho). Segue-se-lhe um decreto com as
disposições finais dessa Lei (17 de Dezembro).
- Constituição
de um tribunal especial para delitos de imprensa (19 de Dezembro).
1822
- Publicação
da primeira Constituição Portuguesa. A Constituição assegura a liberdade de
imprensa.
- O
Brasil declara a independência.
- Aditamento
à Lei de Imprensa responsabiliza o editor e o impressor por artigos de autores
pronunciados anteriormente por delito de abuso de liberdade de imprensa
(Janeiro).
- Carta
de Lei de 21 de Junho de 1822 cria um tribunal especial para protecção da
liberdade de imprensa.
- Ordem
de remessa para a Biblioteca Nacional de um exemplar de todos os escritos
impressos em oficina tipográfica.
- Prescrição
das penas para pessoas que venderem, publicarem ou espalharem escritos em
língua portuguesa impressos no estrangeiro que ataquem o Estado.
1823
- Tratado
de paz entre Portugal e o Brasil.
- Golpe
de estado absolutista da Vila-Francada.
- Criação
da Comissão de Censura (12 de Junho).
- Proibição
de assinatura de periódicos escritos em português e impressos no estrangeiro
(13 de Novembro).
1824
- Diploma
restabelece a Censura Prévia e revoga a lei de Liberdade de Imprensa de 1821 (6
de Março).
- Golpe
de Estado absolutista (Abrilada).
- Exílio
de D. Miguel em Viena.
- Revogação
da Lei dos Forais.
1825
- Reconhecimento
da independência do Brasil.
- Fundação
das Escolas Régias de Cirurgia e Medicina de Lisboa e Porto.
1826
- Morte
de D. João VI. Regência da Infanta D. Isabel Maria.
- D.
Isabel Maria ordena à Mesa do Desembargo do Paço a nomeação de doze censores
para os periódicos e folhas volantes (Agosto).
- O
Conselho de Regência reconhece D. Pedro I, Imperador do Brasil, como Rei de
Portugal, sob o título de D. Pedro IV.
- D.
Pedro IV doa uma Carta Constitucional ao país, que assegura a liberdade de
imprensa, e abdica do trono em favor da sua filha, a Rainha D. Maria II.
- Decreto
proíbe o pregão e venda de periódicos e ocasionais sem licença especial do
Intendente Geral da Polícia (22 de Setembro).
1827
- D.
Pedro concede a regência a D. Miguel, na condição deste casar com D. Maria II.
- Decreto
de 20 de Junho proíbe a impressão de escritos onde se abordem assuntos cuja
interpretação pertença exclusivamente ao poder legislativo.
- Decretos
de demissão de censores que permitiram periódicos contrários à Coroa e ao
Estado (17 de Agosto e 13 de Setembro).
1828
- Proposta
de Lei sobre abusos de liberdade de imprensa (5 de Fevereiro).
- D.
Miguel regressa a Portugal e jura fidelidade à Carta Constitucional.
- D.
Miguel é proclamado Rei absoluto. Durante o Miguelismo desenvolvem-se
perseguições à imprensa liberal que conduzem a uma acentuada diminuição do
número de periódicos. Os liberais exilados fazem entrar clandestinamente no
país jornais publicados no estrangeiro, como O Português Emigrado).
- Decreto
de abolição da Comissão de Censura, cujas competências são assumidas pela Mesa
do Desembargo do Paço (16 de Agosto).
- Revolta
liberal.
1829
- Liberais
executados. Êxodo liberal.
- Batalha
dos Açores. Liberais mantêm o arquipélago. Guerra Civil.
1831
- D.
Pedro I do Brasil e IV de Portugal abdica do trono imperial brasileiro.
1832
- D.
Pedro declara-se regente de Portugal em nome de D. Maria II.
- Exército
liberal desembarca perto do Porto e cerca a cidade.
1833
- Liberais
ocupam Lisboa.
1834
- Portaria
exige que a Comissão de Exame e Revisão de Escritos não permita a publicação de
injúrias e ofensas (7 de Janeiro).
- Legislação
sobre liberdade de imprensa (5 de Dezembro) e Lei de Imprensa (22 de Dezembro).
Novo surto de publicação de periódicos no país.
- Batalha
de Almoster termina com vitória liberal.
- Batalha
da Asseiceira termina com vitória Liberal.
- Convenção
de Évora-Monte. D. Miguel, derrotado, é exilado.
- Extinção
das ordens religiosas.
- Fundação
das Associações Comerciais de Lisboa e Porto.
- Morte
de D. Pedro IV. D: Maria II assume o trono por inteiro.
1835
- Ensino
primário obrigatório.
- Carta
de Lei clarifica a Lei de 22 de Dezembro de 1834.
1836
- Revolução
de Setembro repõe em vigor a Constituição de 1822, que inclui disposições sobre
a imprensa.
- Criação
dos liceus para o ensino secundário.
- Fundação
de novas escolas superiores.
- Legislação
ratifica e assegura a liberdade de imprensa decretada na Constituição de 1832
(15 de Outubro).
1837
- Inicia-se
a publicação da revista de conhecimentos gerais Panorama.
- Apreensão
de periódicos condenados por infracções à Lei de Imprensa.
- Carta
de Lei que exige a autorização do Governo para publicação de jornais (14 de
Julho).
- Carta
de Lei reguladora da liberdade de imprensa (10 de Setembro).
- Portaria
de 18 de Dezembro manda verificar se todos os periódicos possuem editores
responsáveis pelos mesmos.
1838
- Nova
Constituição substitui a Constituição de 1822, incluindo disposições sobre a
imprensa.
- Primeira
Exposição Industrial Portuguesa.
- Nova
portaria impõe a verificação da existência de editores responsáveis por todos
os periódicos (22 de Março).
1839
- Ascensão
de Costa Cabral ao poder.
- Legislação
sobre abusos de imprensa (30 de Agosto).
1840
- Carta
de Lei proíbe durante um mês a publicação de periódicos, com excepção dos
literários (14 de Agosto).
- Cartas
de Lei constrangedoras da liberdade de imprensa (14 de Setembro e 19 de
Outubro).
1842
- Restabelecimento
das relações com a Santa Sé.
- Tratado
com Inglaterra para abolição da escravatura.
- Reposta
em vigor a Carta Constitucional de 1826, com implicações para a imprensa.
- Novo
código administrativo.
1844
- Passos
Manuel reforma o ensino.
1846
- Revolta
da Maria da Fonte e queda de Costa Cabral.
- Início
da Guerra Civil da Patuleia.
- Interdição
dos jornais políticos, apesar de muitos terem continuado a ser publicados
clandestinamente.
- Golpe
de Estado organizado por Costa Cabral.
1847
- Convenção
de Gramido imposta pelas potências estrangeiras. Fim da Guerra Civil.
1849
- Construção
das primeiras estradas de macadame.
1850
- “Lei
das Rolhas”, fortemente constrangedora da liberdade de imprensa (3 de Agosto de
1850).
1851
- Queda
definitiva de Costa Cabral e entrada na Regeneração.
- Revogação
da “Lei das Rolhas” (Maio)
1852
- Publicação
do Acto Adicional à Carta Constitucional.
- Abolição
da pena de morte para os crimes políticos.
- Fontes
Pereira de Melo inicia uma importante política de obras públicas.
- Criação
do ensino técnico e profissional.
1853
- Morte
de D. Maria II. Regência de D. Fernando, na menoridade de D. Pedro V.
1854
- Libertação
dos escravos do estado e importados por via terrestre.
1855
- D.
Pedro V é aclamado Rei.
1856
- Primeira
linha de caminho-de-ferro.
- Lei
de libertação dos escravos que desembarquem no Continente, ilhas adjacentes,
Índia e Macau.
1859
- Curso
superior de Letras.
- Tentativa
de estabelecimento dos ingleses na baía de Lourenço Marques.
1860
- Fundação
da Associação Industrial Portuguesa e da Associação da Agricultura Portuguesa.
1861
- Morte
de D. Pedro V. D. Luís é aclamado Rei.
1862
- Tratado
de Tien-Tsin entre Portugal e a China. China reconhece a administração
portuguesa em Macau até ao final do século XX.
1863
- Ligação
com Espanha e a Europa por caminho-de-ferro.
1864
- Publicação
do Diário de Notícias, primeiro jornal
“industrial” português. Números experimentais saem no final de Dezembro,
passando o jornal a ser publicado oficialmente no início de 1865.
1867
- Abolição
da pena de morte para os crimes civis.
- Publicação
do Código Civil.
1868
- Revolta
da Janeirinha, no Porto.
- Início
da publicação de O Primeiro de Janeiro.
1869
- Abolição
da escravatura em todos os domínios portugueses, com excepção de Macau.
1870
- Portugal
e Inglaterra unidos por cabo submarino.
1871
- Conferências
Democráticas do Casino.
1872
- Criação
da Fraternidade Operária.
- Movimentos
grevistas.
1873
- Criação
do Centro Republicano.
1874
- Inauguração
dos transportes públicos urbanos (os carros “Americanos”).
1875
- Fundação
do Partido Socialista Português.
- Fundação
da Sociedade de Geografia de Lisboa.
- Publicação
da Revista Ocidental.
- Portugal
garante direitos sobre Lourenço Marques.
1877
- Início
das viagens de exploração da África portuguesa (Serpa Pinto; Capelo e Ivens).
- Telefone
em Portugal.
1878
- Fundação
do Partido dos Operários Socialistas.
- Iluminação
eléctrica.
- Partido
Republicano elege o primeiro deputado, Rodrigues de Freitas, pelo Porto.
1879
- Início
da publicação de A Voz do Operário.
1880
- Fundação
da Associação de Jornalistas e Escritores Portugueses, primeiraorganização “de
classe” dos jornalistas.
1881
- O Século inicia a publicação.
- Inquérito
Industrial.
1882
- Fundada
a Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto.
1884
- Início
da publicação da revista semanal Ilustração
Portuguesa.
- Viagem
de exploração de Angola a Moçambique, por Hermenegildo Capelo e Roberto Ivens.
- Conferência
de Berlim.
1886
- Publicação
do Mapa Cor-de-Rosa, indicando as reivindicações portuguesas aos territórios
entre Angola e Moçambique.
1887
- Fundação
do Grupo Comunista-Anarquista de Lisboa.
- Publicação
do jornal A Revolução Social.
1889
- D.
Luís morre. D. Carlos é aclamado Rei.
- Viagem
de exploração e ocupação do Zambeze, por Paiva Couceiro.
- Publicação
da revista Os Insubmissos.
1890
- Ultimato
inglês contra as pretensões coloniais portuguesas em África.
- Primeira
comemoração do Dia do Trabalhador em Portugal.
- Para
coibir os “excessos e desmandos dos jornais políticos”, um decreto de 29 de
Março suprime a intervenção do júri nos julgamentos por abuso de liberdade de
imprensa e alarga a responsabilidade do delito do autor do escrito ao editor ou
mesmo, na sua falta, ao dono da tipografia. O decreto previa, ainda a suspensão
ou encerramento compulsivos dos jornais com base em delitos descritos de forma
vaga.
1891
- Congresso
do Partido Republicano.
- Revolta
republicana de 31 de Janeiro, no Porto.
- Lei
regulamenta o trabalho de menores e mulheres nas indústrias.
- Primeira
mulher matriculada na Universidade de Coimbra.
1893
- Inicia-se
a publicação do jornal O Velocipedista,
primeiro periódico desportivo nacional.
1894
- Revolta
nativa em Moçambique inicia um período de rebeliões constantes dos colonizados.
1895
- Fundado
o Partido Socialista Português, liderado por Azedo Gneco.
1896
- Fundada
a Associação de Jornalistas, por inactividade da Associação de Jornalistas e
Escritores Portugueses.
1897
- Fundação
da Carbonária Portuguesa.
- Fundação
da Associação da Imprensa Portuguesa.
1898
- Suspensão
do decreto de 29 de Março de 1890 não faz abrandar a repressão sobre os jornais
desafectos ao regime.
- Congresso
Internacional da Imprensa, em Lisboa.
1899
- Vitória
republicana no Porto, nas eleições.
- Tratado
de Windsor garante a integridade dos territórios portugueses em África.
1900
- Publicação
do jornal republicano O Mundo.
1901
- Legalização
da actividade das ordens religiosas que tinham sido expulsas pelo marquês de
Pombal.
- Criação
do Centro Nacional Académico, mais tarde Centro Académico de Democracia Cristã,
no qual Salazar participa.
1902
- Nasce
o Partido Nacionalista, de pendor nacionalista e católico.
1903
- Greve
dos metalúrgicos prolonga-se por semanas.
1904
- Primeiro
cinema inaugurado em Lisboa.
- Surge
a Associação de Classe dos Trabalhadores da Imprensa de Lisboa, cuja actividade
começará no ano seguinte.
1906
- Inaugurada
a Fundação do Círculo de Estudos Sociais Teófilo Braga.
- Republicanos
coligados com monárquicos oposicionistas ganham eleições para a Câmara
Municipal do Porto.
- Fundada
a Escola Superior Colonial.
- Criado
o primeiro Liceu Feminino, em Lisboa.
- Primeiro
campeonato de futebol.
- Publicação
do jornal A Luta.
1907
- Ditadura
de João Franco.
- Criada
a Federação Geral do Trabalho, de orientação sindicalista e revolucionária.
- Decreto
sobre a imprensa de 11 de Abril institui os chamados “gabinetes negros”,
conferências semanais dos agentes do Ministério Público para exame dos jornais
da respectiva comarca.
- Decreto
de 20 de Junho atribui aos governadores-civis competências para apreenderem e
suspenderem periódicos que atentem contra a ordem pública.
- Suspensão
temporária da publicação de O Mundo e
O País.
- A
Associação de Jornalistas reformula os estatutos e passa a denominar-se
Associação dos Jornalistas e Escritores Portugueses.
1908
- Intentona
revolucionária republicana abortada. Líderes republicanos são presos.
- Regicídio.
D. Carlos I e o príncipe herdeiro D. Luís Filipe são mortos. D. Manuel II é
aclamado Rei.
- Congresso
Nacional do Livre Pensamento, de pendor anticlerical.
- Fundação
da Academia das Ciências de Portugal, de cariz republicano.
- Republicanos
conquistam a Câmara Municipal de Lisboa e outras no sul do país.
- Fundação
do diário sindicalista A Greve.
- Fundação
do semanário anarquista O Protesto.
1909
- Manifestação
anticlerical organizada pela Maçonaria junta cem mil pessoas.
- Facção
revolucionária triunfa no congresso do Partido Republicano.
- Cisão
entre socialistas e anarco-sindicalistas.
1910
- Partido
Republicano obtém um resultado histórico nas eleições parlamentares.
- Revolução
Republicana (5 de Outubro). Exílio da Família Real. Teófilo Braga torna-se
Presidente da República interino.
- Governo
republicano expulsa as ordens religiosas, fecha os conventos e extingue os
títulos nobiliárquicos.
- Extinção
das faculdades de Teologia e Direito Canónico.
- Lei
do divórcio.
- Lei
da greve.
- Revogação
da legislação sobre imprensa de 1907. Decreto reinstitui a liberdade de
imprensa sem “caução, censura ou autorização prévia” (28 de Outubro).
1911
- Constituição
da República acolhe os princípios sobre liberdade de imprensa estabelecidos no
decreto de 28 de Outubro de 1910.
- Assalto
às redacções dos jornais monárquicos de Lisboa Correio da Manhã, Liberal e
Diário Ilustrado.
- Pastoral
dos bispos condena legislação religiosa e da família, mas o Governo republicano
proíbe a sua leitura nas igrejas e expulsa o bispo do Porto da sua diocese.
- Greve
ferroviária.
- Criação
do ensino infantil.
- Lei
da separação entre as igrejas e o Estado. Corte de relações com a Santa Sé.
- Eleições
para a Assembleia Constituinte, que decreta a abolição da Monarquia e a
implantação da República.
- Manuel
de Arriaga é eleito Presidente da República.
- Primeira
incursão monárquica, capitaneada por Paiva Couceiro.
- Instabilidade
governativa. Os governos, mesmo os de maioria, suceder-se-ão em catadupa até
1926. As eleições também.
- Fundação
da Guarda Nacional Republicana.
1912
- Declaração
do estado de sítio em Lisboa no decurso de uma greve geral, com 30 dias de
suspensão de garantias e censura prévia à imprensa.
- Lei
de 9 de Julho atribui às autoridades judiciais, administrativas e policiais
competências para apreender jornais com base em motivos como o de serem
“redigidos em linguagem despejada e provocadora contra a segurança do Estado,
da ordem e da tranquilidade pública”.
- Intensificação
das medidas anticlericais. Os bispos de Viseu e Coimbra são proibidos de
residir nas suas dioceses por um período de dois anos.
- Formação
de novos partidos políticos.
- Monárquicos
miguelistas e manulistas unem-se pelo Pacto de Dover.
- Segunda
incursão monárquica de Paiva Couceiro.
- Primeira
participação olímpica portuguesa é marcada pela morte do maratonista Francisco
Lázaro.
1913
- Primeiro
governo do Partido Democrático, presidido pelo “Mata-Frades”, Afonso Costa.
- Tentativa
frustrada de golpe de Estado.
- Suspensão
da publicação de diversos jornais lisboetas.
- Corte
das relações diplomáticas com a Santa Sé e encerramento da Embaixada Portuguesa
no Vaticano.
- Sublevações
monárquicas derrotadas em Lisboa (Julho e Outubro).
- Legislação
trabalhista responsabiliza patrões pelos acidentes de trabalho.
- Partido
Democrático tem maioria absoluta nas eleições parlamentares.
1914
- Criação
da União Operária Nacional, de tendência anarco-sindicalista.
- Lançamento
da revista Nação Portuguesa,
defensora do Integralismo Lusitano, doutrina anti-republicana e antiliberal.
- Tropas
portuguesas chegam a Angola e Moçambique para impedir incursões alemães. O
afluxo de tropas ás colónias continuará nos anos seguintes.
[Rebenta
a I Guerra Mundial]
1915
- Ditadura
de Pimenta de Castro nos primeiros meses do ano.
- Requisição
dos navios alemães em portos portugueses.
- Teófilo
Braga assume interinamente a Presidência da República.
- Bernardino
Machado eleito Presidente da República.
1916
- Alemanha
declara guerra a Portugal. Constitui-se o Corpo Expedicionário Português, que
irá combater em França, com 30 mil homens, sob comando do general Norton de
Matos.
- Tentativa
de golpe de Estado de sectores contra a participação portuguesa na guerra.
- Reintroduzida
a pena de morte em situações de guerra.
- Lei
495, de 28 de Março, institui a censura preventiva durante a guerra.
1917
- Embarque
da primeira brigada do CEP, capitaneada pelo então coronel Gomes da Costa, para
França. Embarque posterior do resto das tropas.
- Aparições
de Fátima.
- Sidónio
Pais toma o poder (8 de Dezembro) e, na dupla condição de Presidente da
República e do Governo, assume poderes ditatoriais. Afonso Costa é preso e
Bernardino Machado destituído.
- Aparece
o jornal A Monarquia.
- Devido
às arbitrariedades dos censores, a Lei 815, de 6 de Setembro de 1917, restringe
a acção da censura às notícias prejudiciais às operações das forças armadas e à
defesa nacional.
- Abolição
da censura por Sidónio Pais (8 de Dezembro), embora se tenha impedido o
reaparecimento de jornais já suspensos ou a fundação de novos periódicos sem
autorização prévia do ministro do Interior.
1918
- Tentativa
frustrada de derrube de Sidónio Pais, em Janeiro.
- Portaria
n.º 1149, de 9 de Janeiro, permite aos governadores civis suspenderem por tempo
indeterminado as publicações que “em linguagem despejada pretendam perturbar a
segurança pública”.
- Decreto
n.º 4082, de 13 de Abril, restabelece a censura prévia.
- Nova
lei eleitoral decreta o sufrágio universal masculino, incluindo para
analfabetos. Até então, a participação em eleições estava limitada a uma
minoria masculina alfabetizada e com posses.
- Sidónio
Pais faz-se plebiscitar Presidente da República por sufrágio universal.
- Restabelecimento
das relações diplomáticas com a Santa Sé.
- Batalha
de La Lys, em
França, termina com vitória alemã. Os portugueses perdem sete mil homens.
- Tentativa
frustrada de golpe de Estado anti-sidonista em Outubro.
- Sidónio
Pais é assassinado, em
Dezembro. O governo é assumido por sidonistas.
- Castello
Lopes lança o cinejornal Jornal do Condes.
[Fim
da I Guerra Mundial]
1919
- Revolução
a partir de Santarém restabelece a Constituição de 1911.
- A
Monarquia é proclamada no Porto, por Paiva Couceiro. A “Monarquia do Norte”
dura um mês.
- Frustrado
pronunciamento monárquico de Monsanto, protagonizado por Aires de Ornelas, na
sequência da Monarquia do Norte.
- Abolição
da censura prévia, a 28 de Fevereiro, sendo reposta totalmente a garantia
constitucional da liberdade de imprensa.
- Instituição
do princípio das 48 horas de trabalho semanal e oito horas diárias.
- António
José de Almeida é eleito Presidente da República.
- Oliveira
Salazar, Gonçalves Cerejeira e outros professores são expulsos da Universidade
de Coimbra pelo governo.
- Fundação
da Confederação Patronal e da Confederação Geral do Trabalho, de tendência
anarco-sindicalista, que será encerrada no ano seguinte.
- Criação
da Faculdade de Letras do Porto.
- Surgem
novos jornais esquerdistas, como A
Batalha (anarco-sindicalista) e A Bandeira
Vermelha (comunista).
- Ressurge
o jornal A Monarquia.
- A
Secção Cinematográfica do Exército inicia a produção sistemática do “cinejornal”
Actualidades Portuguesas e a Secção
Cinematográfica do
Diário de Notícias lança
as suas Actualidades Cinematográficas.
[Tratado
de Versalhes]
1920
- Portugal
na Sociedade das Nações, sendo Afonso Costa o primeiro representante do país.
- Estado
de sítio no Porto, após onda de greves.
1921
- (Primeira)
Greve geral dos jornalistas e trabalhadores da imprensa, durante quatro meses,
organizada pela Associação de Classe dos Trabalhadores da Imprensa de Lisboa e
pela Federação dos Trabalhadores do Livro e do Jornal.
- Fundação
do Partido Comunista Português.
- Surge
a revista Seara Nova.
- Revolta
radical em Lisboa. O
chefe do Governo, António Granjo, e outros políticos são assassinados, durante
a “Noite Sangrenta”. Manuel Maria Coelho, um dos revoltosos, forma governo, mas
logo é derrubado.
1922
- Travessia
aérea do Atlântico Sul por Gago Coutinho e Sacadura Cabral.
- Greve
geral e declaração do estado de sítio em Lisboa.
1923
- Manuel
Teixeira Gomes é eleito Presidente da República.
- I
Congresso do Partido Comunista Português.
1924
- Tentativas
frustradas de revolução comunista em Lisboa (Agosto e Setembro).
- A
Associação de Classe dos Trabalhadores da Imprensa de Lisboa passa a
designar-se Sindicato dos Profissionais da Imprensa de Lisboa.
- Fundação
da Casa dos Jornalistas por dissidentes da antiga Associação de Classe dos
Trabalhadores da Imprensa de Lisboa que não aceitaram a sua transformação em
sindicato.
1925
- Primeiras
emissões regulares de rádio em Portugal através da estação P1AA, de Lisboa.
- Pronunciamento
militar anti-partidos. O Século é
suspenso temporariamente por ocasião da tentativa de golpe de Estado (18 de
Abril).
- Burla
das “verdadeiras notas falsas” de Alves dos Reis é descoberta e o seu autor
preso.
- Manuel
Teixeira Gomes renuncia ao cargo de Presidente da República, sendo substituído
por Bernardino Machado.
- Nasce
a Caixa de Previdência do Sindicato dos Profissionais da Imprensa de Lisboa.
1926
- Golpe
de Estado militar. O Presidente da República demite-se e entrega o poder a
Mendes Cabeçadas. Ditadura Militar. A Assembleia e o Senado são dissolvidos.
- António
de Oliveira Salazar é nomeado ministro das Finanças, renunciando ao cargo dias
depois.
- A
22 de Junho, um ofício do segundo-comandante da polícia de Lisboa dirigido aos
jornais da capital restabelece a censura.
- Gomes
da Costa publica, sem efeitos práticos, o Decreto n.º 11839, a 5 de Julho, no
qual se garante a liberdade de imprensa, independentemente de censura, caução
ou autorização prévia.
- Gomes
da Costa chefia novo golpe e assume o poder como chefe do Governo e Presidente
da República.
- Óscar
Carmona derruba Gomes da Costa, que é desterrado para os Açores.
- Decreto
n.º 12008, de 29 de Julho, subscrito por Óscar Carmona, reafirma, igualmente sem quaisquer efeitos, o
princípio da liberdade de imprensa, independentemente de censura, caução ou
autorização prévia.
- Partido
Comunista entra na clandestinidade.
1927
- Tentativa
de golpe anti-ditatorial é sufocada com centenas de mortes.
- Tentativa
de golpe dos adeptos do Integralismo Lusitano.
- Medidas
anti-sindicais, incluindo a proibição da Confederação Geral do Trabalho.
1928
- Criada
a Polícia de Informação do Ministério do Interior.
- Óscar
Carmona é eleito Presidente da República, sem oposição.
- Separação
de sexos nas escolas.
- António
de Oliveira Salazar é nomeado ministro das Finanças, com plenos poderes para
controlar as finanças públicas.
- Tentativa
fracassada de golpe antiditatorial em Lisboa, protagonizada pelo Batalhão de
Caçadores 7.
1929
- Manuel
Gonçalves Cerejeira, amigo pessoal de Salazar, é nomeado cardeal-patriarca de
Lisboa.
- Campanha
do trigo.
1930
- Promulgado
o Acto Colonial.
- São
tornadas públicas as bases em que assentará o futuro partido único, a União
Nacional.
- O
Partido Republicano é ilegalizado e muitos dos seus dirigentes são presos ou
exilados.
- Requerida
a aprovação dos estatutos da Associação Portuguesa da Imprensa Técnica e
Profissional.
- Fundação
do Sindicato da Pequena Imprensa e Imprensa Regional, na sequência do Congresso
Internacional da Imprensa Regional. O novo sindicato irá instituir e atribuir o
Bilhete de Identidade da Pequena Imprensa e Imprensa Regional.
1931
- Primeiro
número, ilegal, do Avante!, jornal do
Partido Comunista Português.
- Início
da publicação do Diário da Manhã,
órgão oficioso da União Nacional.
- Primeiras
emissões do Rádio Clube Português. Na rádio, a censura exerce-se através de
estruturas próprias da empresa ou de censores destacados para o efeito. Também
se usavam como mecanismos de controlo a escuta permanente e a gravação de
emissões.
- Revolta
militar na Madeira.
- Encerramento
da sede do Grémio Lusitano, início do processo de ilegalização da Maçonaria,
que terminará em 1935.
- Revolta
em Lisboa provoca 40 mortos.
- Concluído
o processo de fusão, iniciado em 1928, entre a Casa dos Jornalistas e a Caixa
de Previdência do Sindicato dos Profissionais da Imprensa de Lisboa, sob a
alçada deste sindicato.
1932
- Início
da publicação do diário Revolução,
órgão do Movimento Nacional-Sindicalista de Rolão Preto, de ideologia fascista.
Será suspenso um ano depois, pois o regime não se revia nas teses
nazi-fascistas de Rolão Preto.
- D.
Manuel II morre no exílio em Inglaterra. Salazar organizará funerais nacionais
para o monarca.
- Salazar
assume a chefia do Governo, cargo que ocupará até Setembro de 1968.
- Surge,
por dissidência do Sindicato da Pequena Imprensa e Imprensa Regional, o
Sindicato Nacional da Imprensa Portuguesa, ligado ao Movimento
Nacional-Sindicalista de Rolão preto.
1933
- Promulgação
da Constituição do Estado Novo. A Constituição do Estado Novo, paradoxalmente,
garante o direito à liberdade de pensamento, mas também prevê que leis
especiais regulamentem o exercício desse direito, para “impedir preventiva ou
repressivamente a perversão da opinião pública na sua função de força social”.
- Regulamentada
a censura prévia pelo Decreto-Lei n.º 22469, de 11 de Abril. As comissões de
censura ficam na dependência do Ministério do Interior, passando posteriormente
para a dependência do Secretariado da Propaganda Nacional e ainda para a
Secretaria de Estado da Informação e Turismo.
- Criação
da Emissora Nacional, pública.
- Criada
a Polícia de Vigilância e Defesa do Estado, mais tarde Polícia Internacional de
Defesa do Estado e ainda Direcção-Geral de Segurança.
- Criado
o Secretariado da Propaganda Nacional, dirigido por António Ferro.
- Criado
o Tribunal Militar Especial para julgar os crimes contra a segurança do Estado.
- Institucionalizada
a Acção Católica Portuguesa.
- Fundado
o Sindicato Nacional de Crítica, por António Ferro, sob as bases da Associação
de Crítica Dramática e Musical.
1934
- Fracassa
tentativa de greve geral revolucionária organizada pelo PCP.
- Governo
cria a Acção Escolar Vanguarda, primeira organização de juventude do estado
Novo.
- I
Congresso da União Nacional.
- Exposição
Colonial.
- Rolão
Preto e outros dirigentes do Movimento Nacional-Sindicalista são presos e
obrigados a exilarem-se. O movimento é ilegalizado.
- Primeiras
eleições para a Assembleia Nacional, a que só a União Nacional concorre. Pela
primeira vez, três mulheres entram no Parlamento português.
- Publicação
dos estatutos do Sindicato Nacional dos Jornalistas e início da sua actividade.
Dissolução, por imposição governamental, do Sindicato dos Profissionais da
Imprensa de Lisboa e outras organizações de classe, por incompatibilidade com
os princípios de organização corporativa e do regime do Trabalho Nacional do
Estado Novo. O Sindicato Nacional da Imprensa Portuguesa vê os seus estatutos
rejeitados pelo Instituto Nacional do Trabalho e Previdência, o que acarreta a
sua extinção.
- Instituída
a Carteira de Identidade do Jornalista, atribuída pelo Sindicato Nacional dos
Jornalistas, pelo decreto-lei n.º 24006, de 13 de Junho.
1935
- Carmona
reeleito Presidente da República.
- Aposentação
coerciva dos funcionários públicos não afectos ao regime.
- Ilegalização
das “sociedades secretas”, medida anti-maçónica.
- Fundada
a Federação Nacional para a Alegria no Trabalho, que visa ocupar os tempos
livres dos trabalhadores.
- Início
das emissões da Emissora Nacional.
- Tentativa
frustrada de golpe de Estado apoiada por republicanos e nacional-sindicalistas.
- Prisão
de dirigentes do PCP.
1936
- Criada
a colónia penal para prisioneiros políticos do Tarrafal, em Cabo Verde.
- Criação
da Mocidade Portuguesa, organização de juventude do Estado Novo.
- Rebelião
frustrada de marinheiros comunistas.
- Surge
a Legião Portuguesa, organização para-militar do regime.
- Salazar
assume as pastas do Exército, para reorganizar as Forças Armadas, e dos
Negócios Estrangeiros, por causa do clima pré-guerra na Europa e da Guerra
Civil de Espanha.
- Decreto-Lei
n.º 26589, de 14 de Maio, enuncia as medidas preventivas e repressivas dos
abusos de liberdade de imprensa, como as multas, apreensão e suspensão das
publicações. A fundação de periódicos fica dependente de autorização prévia da
Direcção dos Serviços de Censura e desde que reconhecida a idoneidade moral e
intelectual dos promotores e estes fizessem prova dos meios financeiros da
publicação.
- Surgem
rádios regionais privadas sustentadas pela publicidade, como os Emissores
Associados de Lisboa, os Emissores do Norte Reunidos, a Rádio Altitude da
Guarda, a Rádio Pólo Norte, o Posto Emissor do Funchal, a Estação Rádio da
Madeira, o Rádio Clube de Angra e o Rádio Clube Asas do Atlântico.
[Rebenta
a Guerra Civil em Espanha, que terminará em 1939.]
1937
- Apesar
da proibição de Salazar, vinte mil voluntários portugueses (“Viriatos”)
juntam-se às tropas de Franco na Guerra Civil de Espanha.
- Atentado
falhado contra Salazar, perpetrado por anarquistas.
1938
- Início
das emissões da Rádio Renascença, Emissora Católica Portuguesa.
- O
Governo português reconhece a Junta de Burgos, do general Franco, como legítimo
Governo de Espanha.
- Secretariado
da Propaganda Nacional passa a realizar periodicamente o cinejornal Jornal Português.
1939
- Pacto
Ibérico entre Portugal e Espanha.
- Portugal
recusa aderir ao pacto anti-comunista “Anti-Komintern” assinado entre a
Alemanha nazi, a Itália fascista e a Espanha nacionalista.
- Acordo
com a Inglaterra para reapetrechamento das Forças Armadas portuguesas.
- Salazar
proclama a neutralidade portuguesa na II Guerra Mundial.
[Início
da II Guerra Mundial, que terminará em 1945.]
1940
- Tricentenário
da Restauração celebrado com a Exposição do Mundo Português, hábil iniciativa
propagandística do regime.
- Concordata
com a Santa Sé.
- Celebrado
em Lisboa o Protocolo Adicional ao Tratado de Amizade e Não-Agressão entre
Portugal e Estanha, no âmbito do qual os signatários se comprometem a evitar um
envolvimento directo dos países ibéricos na II Guerra Mundial.
1941
- Celebrações
do tricentenário do primeiro periódico português.
- Universidade
de Oxford atribui a Salazar o título de doutor honoris causa.
- Tropas
australianas e holandesas invadem de surpresa Timor-Leste com o pretexto de
evitar uma invasão japonesa do território.
- Alteração
dos estatutos do Sindicato Nacional dos Jornalistas e revisão do regulamento de
atribuição da Carteira Profissional de Jornalista (anteriormente denominada
Carteira de Identidade de Jornalista).
1942
- Partida
de um contingente militar português de Moçambique para Timor-Leste.
- Óscar
Carmona reeleito Presidente da República.
- Cimeira
ibérica de Sevilha une os dois ditadores, Salazar e Franco.
- Os
japoneses bombardeiam e invadem Timor-Leste sem reacção visível de Portugal,
que mantém os laços diplomáticos com o Japão.
- Greve
na Carris.
- Inauguração
do aeroporto da Portela, em Lisboa.
1943
- Greve
agrícola, fomentada pelo PCP.
- Acordo
que dá facilidades à Inglaterra nos Açores.
- Constituído
o Movimento de Unidade Nacional Antifascista (MUNAF), onde predominavam os
comunistas.
- Fundada
a Casa dos Estudantes do Império Português, para enquadramento ideológico das
elites dos povos colonizados que vinham estudar em Portugal.
1944
- Portugal
acede aos pedidos ingleses de suspensão da exportação de volfrâmio para a
Alemanha nazi.
- O
MUNAF divulga um programa de Governo, na expectativa da queda do regime após o
fim da guerra.
- Americanos
desembarcam em Timor-Leste.
- Acordo
concede facilidades militares aos Estados Unidos nos Açores.
- Plano
para electrificação de todo o país.
- Fundação
da primeira agência de notícias portuguesa, a Agência de Notícias e Informações
(ANI), por Dutra Faria e Barradas de Oliveira. A ANI assina um contrato de
prestação de serviços com o Estado.
- Fundação
da segunda agência noticiosa portuguesa, a Lusitânia, por Luís Lupi,
vocacionada para a troca de informações entre a metrópole e as colónias.
1945
- Fundada
a TAP – Transportes Aéreos Portugueses, companhia “de bandeira” nacional.
- Manifestações
de regozijo pela vitória aliada na II Guerra Mundial.
- Oposição
autorizada a participar em eleições. Abrandamento da censura. Amnistia
parcial dos crimes políticos.
- A
Assembleia Nacional concede ao Governo o poder legislativo, ficando restringida
a um papel fiscalizador.
- Nasce
o Movimento de Unidade Democrática, da oposição não-comunista, mas não
participa nas eleições por o Governo ter recusado adiá-las, não dando tempo à
oposição para fazer campanha eleitoral.
- A
oposição apela à abstenção nas eleições. Ainda assim, votam 56% dos eleitores,
que dão mais uma vez a vitória à União Nacional. A partir deste momento, as
eleições continuarão a realizar-se pontualmente de quatro em quatro anos, mas
não passarão de uma farsa propagandística.
- Inauguração
do aeroporto de Pedras Rubras (Porto).
- Os
delitos de abuso de liberdade de imprensa passam a ser julgados pelos tribunais
plenários de Lisboa e Porto, os mesmos que punem os crimes políticos.
1946
- Manifestações
em Lisboa e Porto exigem o fim da ditadura.
- Criado
o MUD juvenil, dirigido, entre outros, por Mário Soares, que viria a ser
Presidente da República nos anos Oitenta.
- A Time publica um artigo crítico para
Salazar e o regime. O autor é expulso do país e a Time é proibida em Portugal durante seis anos.
- Portugal
apresenta o pedido de adesão às Nações Unidas, vetado pela URSS.
- Derrotada
tentativa de golpe militar.
- Fundada
na ilegalidade a Junta Militar de Libertação Nacional por militares democratas.
- Repressão
sobre o MUD. Vários dos seus dirigentes são presos, entre os quais Mário
Soares.
1947
- Frustrada
a tentativa de golpe militar da Junta de Libertação Nacional.
- Repressão
generalizada sobre as manifestações e greves. Prisão de dirigentes do MUD.
Demissão dos funcionários públicos acusados de participarem em “actividades
ilegais” ou por “delito de opinião”.
1948
- Início
da utilização da base das Lajes, nos Açores, pelas forças armadas americanas.
- Ilegalização
do MUD.
- O
general oposicionista e democrata Norton de Matos anuncia a sua candidatura à
Presidência da República.
- Proibido
o jornal O Trabalhador, da Liga
Operária Católica.
1949
- Norton
de Matos abdica de concorrer à Presidência da República por duvidar da
seriedade do acto eleitoral. Óscar Carmona é reeleito Presidente sem oposição.
- Portugal
é membro fundador da NATO.
- Franco
visita Portugal.
- União
Nacional ganha mais uma vez as eleições legislativas.
- Portugal
subscreve a Declaração Universal dos Direitos do Homem.
1950
- União
Indiana reivindica a soberania sobre o Estado Português da Índia.
1951
- Morre
o Presidente Carmona, após 23 anos na chefia do Estado.
- O
almirante Quintão Meireles candidata-se à Presidência da República pela
oposição não comunista, mas retira a candidatura por duvidar da democraticidade
do acto eleitoral. Ruy Luís Gomes candidata-se ao mesmo cargo pela oposição
comunista, mas é excluído do processo e agredido por agentes da PIDE e membros
da Legião Portuguesa.
- O
general Craveiro Lopes é eleito Presidente da República.
1953
- União
Indiana propõe, na ONU, a integração no seu território do Estado Português da
Índia.
- Repressão
das manifestações contra o recrutamento forçado de mão-de-obra indígena provoca
mais de mil mortos em São
Tomé e Príncipe.
- União
Indiana encerra embaixada em Lisboa.
- Criadas
as Províncias Ultramarinas, em substituição do Império Colonial Português,
formado pela metrópole e colónias.
- Bloqueio
naval de Goa pela armada indiana.
- Nova
vitória eleitoral da União Nacional, sem oposição.
1954
- Encerramento
da colónia penal do Tarrafal, onde, ao longo dos anos, morreram 32 prisioneiros
políticos.
- Formada,
por Holden Roberto, a União das Populações do Norte de Angola, primeiro
movimento anticolonialista nas Províncias Ultramarinas portuguesas.
- O
Reino Unido informa Portugal de que não intervirá no caso de conflito entre o
país e a Índia.
- União
Indiana ocupa os enclaves portugueses de Dadrá e Nagar Aveli.
1955
- Portugal
torna-se membro das Nações Unidas.
- Representação
portuguesa em Nova Deli
encerrada por determinação do Governo indiano.
- Frustrada
uma primeira tentativa, “civil”, de invasão dos territórios portugueses na
Índia.
1956
- Manifestações
dos povos colonizados em Angola, Moçambique e Guiné exigem melhoria das
condições laborais.
- Greves
em Lisboa.
- Fundação
Calouste Gulbenkian inicia as suas actividades culturais e científicas.
- Fundados
os movimentos independentistas Partido Africano para a Independência da Guiné e
Cabo Verde, por Amílcar Cabral, e Movimento Popular de Libertação de Angola,
por Agostinho Neto.
- Protestos
estudantis nas universidades portuguesas contra a diminuição da autonomia das
associações de estudantes.
- Emissões
experimentais de televisão da RTP, em Lisboa.
1957
- ONU
condena a situação nas províncias ultramarinas portuguesas.
- Visita
da Rainha Isabel II a Portugal.
- Início
das emissões regulares de televisão da RTP. A censura à televisão é feita, tal
como na rádio, por censores dentro da própria empresa.
- Advogados
protestam publicamente contra as práticas de tortura da PIDE.
- I
Congresso Republicano reúne a oposição democrática em Aveiro.
- O
“general sem medo”, Humberto Delgado, aceita apresentar-se como candidato da
oposição não-comunista à Presidência da República.
- Eleições
para a Assembleia Nacional ganhas mais uma vez, sem oposição, pela União
Nacional.
1958
- Arlindo
Vicente apresenta a sua candidatura, conotada com a oposição comunista, à
Presidência da República. Retirá-la-á em benefício de Delgado.
- Salazar
informa Craveiro Lopes que, devido ao seu perfil esquerdista, não será
novamente candidato do regime à Presidência da República. A escolha de Salazar
recai sobre o contra-almirante Américo Tomás.
- Campanha
eleitoral de Humberto Delgado mobiliza enormes multidões, fenómeno imprevisto
pelo regime, que se sente profundamente ameaçado, sobretudo depois de Delgado,
questionado sobre o que faria a Salazar se ganhasse as eleições, ter respondido
“Obviamente, demito-o!”.
- Eleições
presidenciais fraudulentas dão a vitória a Tomás, que seria Presidente até
1974.
- O
bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes, escreve a Salazar, contestando o
regime.
- Descoberta
conspiração militar para derrubar o regime, dirigida por Humberto Delgado.
- Holden
Roberto funda a União dos Povos de Angola (UPA), em substituição da UPNA.
1959
- Humberto
Delgado pede asilo político à Embaixada do Brasil, em Lisboa, e parte,
posteriormente, para este país. Henrique Galvão, por seu turno, refugia-se na
Embaixada da Argentina, depois de ter fugido do hospital de Santa Maria.
- Humberto
Delgado visita Londres a convite do Partido Trabalhista.
- Descoberta
conspiração para um golpe de Estado que envolve elementos da Acção Católica
(“Revolta da Sé”).
- O
bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes, é impedido de entrar em Portugal no
regresso de uma viagem a Roma, sendo forçado a exilar-se.
- Portugal
torna-se membro fundador da Associação Europeia de Comércio Livre (EFTA).
- Revisão
da Constituição determina que o Presidente da República passe a ser eleito por
um colégio eleitoral.
- Massacre
de 50 estivadores nativos grevistas na Guiné.
1960
- Dirigentes
do PCP evadem-se do forte de Peniche.
- Tribunal
Internacional de Haia reconhece a soberania portuguesa sobre os territórios de
Dadrá e Nagal Aveli, ocupados pela Índia em 1954.
- Sublevação
campesina em Moçambique termina com um saldo de 500 mortos.
- Portugal
adere ao Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) e ao FMI.
- Nações
Unidas condenam mais uma vez a política ultramarina portuguesa.
- Fundação
do Comité de Libertação de São Tomé e Príncipe.
1961
- Revoltosos
capitaneados por Henrique Galvão sequestram o paquete Santa Maria.
- Massacres
em Angola cometidos pelos portugueses e pelos indígenas da UPA de Holden
Roberto provocam milhares de mortos. O MPLA assalta a Casa de Reclusão Militar,
o quartel da PSP e a Emissora Nacional, em Luanda, provocando dezenas de
mortos. O Exército Português intervém nos confrontos. Começa a Guerra Colonial.
- Embarca
para Angola o primeiro contingente português.
- Falha
tentativa de golpe de Estado protagonizada pelo ministro da Defesa, Botelho
Moniz, que é demitido por Salazar.
- Criação
do Movimento Nacional Feminino.
- O
forte de São João Baptista de Ajudá, no actual Benim, é ocupado e incendiado
após 280 anos de presença portuguesa.
- Concedida
a cidadania portuguesa a todos os habitantes “indígenas” ou “assimilados” das
províncias ultramarinas.
- Amílcar
Cabral reclama a independência da Guiné e de Cabo Verde, recebendo resposta
negativa do Governo português.
- Palma
Inácio desvia um avião da TAP e lança panfletos sobre Lisboa.
- União
Indiana invade Goa, Damão e Diu, ponto fim à secular presença portuguesa na
Índia.
1962
- Fracassa
ataque ao quartel de Beja, dirigido por Humberto Delgado e pelo capitão Varela
Gomes.
- A
rádio comunista Portugal Livre inicia emissões para Portugal a partir da
Roménia.
- Crise
Académica após proibição da comemoração do Dia do Estudante. Violência policial
conduz à demissão de Marcelo Caetano do cargo de reitor da Universidade
Clássica.
- A
UPA transforma-se em
Frente Nacional de Libertação de Angola.
- Portugal
adere ao GATT (Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio).
- Portugal
solicita abertura de negociações para aderir à CEE.
- Fundação
da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), por Eduardo Mondlane.
- Fundação,
em Argel, da Frente Patriótica de Libertação Nacional (FPLN).
- Fundação,
na clandestinidade, do Movimento de Acção revolucionária (MAR) por dirigentes
estudantis socialistas e católicos progressistas.
- Alteração
estatutária no Sindicato Nacional dos Jornalistas, permitindo a inscrição de
directores, subdirectores e jornalistas da imprensa desportiva. O SNJ procurou
actualizar o regulamento da Carteira Profissional à luz dos novos estatutos,
mas não o conseguiu, pelo que a atribuição de carteiras profissionais esteve
suspensa até 1974.
1963
- Guerra
colonial estende-se à Guiné, por acção do PAIGC.
- Rádio
Voz da Liberdade, da responsabilidade da FPLN, inicia emissões a partir de
Argel.
1964
- Fundação
clandestina do Comité Marxista-Leninista Português (CMLP) e da Frente de Acção
Popular (FAP) por maoistas dissidentes do PCP.
- Fundação,
em Genebra, da Acção Socialista Portuguesa (ASP), por Mário Soares e outras
personalidades oposicionistas.
- Escolaridade
obrigatória passa para seis anos.
- Guerra
colonial estende-se a Moçambique por acção da FRELIMO.
1965
- PIDE
assassina Humberto Delgado em Espanha.
- Extinção
da Sociedade Portuguesa de Escritores após atribuição de um prémio ao livro Luuanda, de Luandino Vieira, que
defendia a libertação de Angola.
- Américo
Tomás é reeleito Presidente da República por um colégio eleitoral, sem
oposição.
- República
Federal da Alemanha inaugura a base aérea de Beja, para treino dos seus
pilotos.
- Mário
Soares e outros dirigentes da oposição democrática são presos pela PIDE.
- Encerramento
da Casa dos Estudantes do Império.
- Manifesto
de católicos progressistas contra a Guerra Colonial e o silêncio da Igreja.
1966
- Fundação
da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), por Jonas
Savimbi, intervindo logo a seguir na Guerra Colonial.
- Reaberta
a colónia penal do Tarrafal para os dirigentes independentistas de Angola,
Guiné e Moçambique.
- Portugal
ratifica a Convenção da Organização Internacional do Trabalho que procura
assegurar a igualdade salarial entre homens e mulheres pelo mesmo trabalho.
1967
- NATO
localiza um comando em Lisboa.
- Papa
Paulo VI participa no 50º aniversário das aparições de Fátima.
- Publicação,
em Roma, do jornal Portugal Socialista,
no qual colabora Mário Soares entre outros dirigentes da oposição democrática.
- A
Liga de Unidade e Acção Revolucionária (LUAR), dirigida por Palma Inácio, rouba
o Banco de Portugal, na Figueira da Foz.
- Greve
dos trabalhadores dos transportes colectivos lisboetas (Carris) à cobrança de
bilhetes.
- Escândalo
de pedofilia do Ballet Rose divulgado
pelo jornal inglês Sunday Telegraph.
Mário Soares é preso acusado de ser a fonte da notícia.
1968
- Início
da publicação do jornal A Capital.
- Viagem
presidencial de Américo Tomás a Cabo Verde e à Guiné.
- Mário
Soares deportado para São Tomé, sem julgamento, sendo posteriormente autorizado
a regressar.
- Salazar
sofre uma queda que acaba por o incapacitar. Marcelo Caetano é indigitado
presidente do Conselho de Ministros.
- Encerramento
do Instituto Superior Técnico, acusado de ser um centro subversivo. Os
estudantes declaram “luto académico”.
1969
- Crise
académica, iniciada após uma mal sucedida visita de Américo Tomás à
Universidade de Coimbra.
- II
Congresso Republicano reúne a oposição democrática em Aveiro.
- O
bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes, regressa do exílio.
- Marcelo
Caetano visita a Guiné, Angola e Moçambique.
- Oposição
comunista (CDE) e não comunista (CEUD) concorre às eleições para a Assembleia
Nacional, mas a União Nacional elege fraudulentamente todos os deputados, entre
eles Sá Carneiro e Pinto Balsemão, que se distinguem pelas suas posições
liberais (“Ala Liberal”) e que, já em democracia, fundariam o Partido
Social-democrata, tendo ambos vindo a ser primeiros-ministros de Portugal.
1970
- Morte
de Salazar.
- União
Nacional passa a designar-se Acção Nacional Popular.
- Sá
Carneiro e Pinto Balsemão apresentam na Assembleia Nacional um projecto de Lei
de Imprensa no qual não há lugar para a censura prévia. Não chega, sequer, a
ser discutido.
- O
papa Paulo VI recebe dirigentes da FRELIMO, MPLA e PAIGC, sob protestos do
Governo português.
- Criado,
na clandestinidade, o Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado
(MRPP), maoista.
- Fundação,
na clandestinidade, da Intersindical, primeira central sindical portuguesa.
- Atentados
da Acção Revolucionária Armada, ligada ao PCP, contra a DGS, o Centro Cultural
da Embaixada Americana e material de guerra.
- Fundação
da SEDES (Associação para o Desenvolvimento Económico e Social) por
personalidades da Ala Liberal e outros democratas.
1971
- Revisão
constitucional não consagra uma única das propostas dos deputados da Ala
Liberal, que pretendiam democratizar o regime a partir do seu seio.
- Nova
lei de imprensa (Lei 5/71, de 5 de Novembro) substitui nominalmente a censura
pelo Exame Prévio. Na prática, nada muda.
- Decretado
o “estado de excepção” nas universidades por causa da agitação estudantil.
- Atentado
da Acção Revolucionária Armada contra a base de Tancos permite a destruição de
16 helicópteros e 11 aviões. Em nova acção, a ARA ataca as comunicações
nacionais, que ficam cortadas durante horas.
- Atentado
das Brigadas Revolucionárias contra a base da NATO na Fonte da Telha.
- D.
António Ribeiro sucede a D, Manuel Gonçalves Cerejeira como cardeal-patriarca
de Lisboa.
- Portugal
sai da UNESCO em protesto contra o alegado apoio da organização aos movimentos
independentistas nas províncias ultramarinas.
1972
- Acção
Socialista Portuguesa, embrião do futuro Partido Socialista, liderada por Mário
Soares, junta-se à Internacional Socialista.
- Tratado
de associação de Portugal à CEE.
- Américo
Tomás é reeleito Presidente da República por um colégio eleitoral.
- PAIGC
admitido como observador nas Nações Unidas.
- Exército
Português massacra 400 civis desarmados, incluindo mulheres, crianças e idosos,
em Wiriyamu, Moçambique.
- Vigília
de católicos progressistas na capela do Rato, em Lisboa, acaba com a prisão dos
envolvidos.
1973
- Início
da publicação do semanário Expresso,
de Pinto Balsemão, ligado à Ala Liberal.
- O
jornal inglês Times revela o massacre
de Wiriyamu.
- Sá
Carneiro e Miller Guerra renunciam aos mandatos de deputado na Assembleia
Nacional, sendo seguidos pela maioria dos deputados da Ala Liberal.
- III
Congresso da Oposição Democrática, em Aveiro.
- Marcelo
Caetano visita Londres, onde é confrontado com manifestações de protesto.
- Primeiras
reuniões clandestinas de capitães e outros oficiais das Forças Armadas,
inicialmente provocadas pelo descontentamento dos oficiais de carreira pela
promulgação de um decreto-lei que permitia aos oficiais milicianos a passagem
ao quadro permanente. A 24 de Novembro, o Movimento dos Capitães discute pela
primeira vez a hipótese de um golpe de Estado para derrubar o regime. A 8 de
Dezembro, é eleita a Comissão Coordenadora do Movimento dos Capitães, composta
por Otelo Saraiva de Carvalho, Vasco Lourenço e Vítor Alves.
- Tentativa
de golpe de Estado da extrema-direita, liderada pelo general Kaúlza de Arriaga,
é denunciada pelo major Carlos Fabião.
- O
líder do PAIGC Amílcar Cabral é assassinado em Conakry.
- Proclamação
unilateral, pelo PAIGC, da independência da Guiné-Bissau, reconhecida pelas
Nações Unidas.
- Eleições
para a Assembleia Nacional sem a participação da oposição.
- Brigadas
Revolucionárias sabotam vários quartéis lisboetas.
- Acção
Socialista Portuguesa transforma-se no Partido Socialista, em reunião realizada
na República Federal da Alemanha.
- Congresso
dos Combatentes do Ultramar, no Porto, defende, por maioria, a continuação da
política do Governo para as províncias ultramarinas e a Guerra Colonial.
1974
- O
general António de Spínola publica o livro Portugal
e o Futuro, ameaçador para o regime e as suas políticas.
- Os
generais Costa Gomes e António de Spínola, chefe e vice-chefe do Estado-Maior
General das Forças Armadas, são desafiados por Marcelo Caetano a tomarem conta
do poder.
- O
Movimento dos Capitães aprova as bases do programa do Movimento das Forças
Armadas.
- Marcelo
Caetano pede a demissão ao Presidente da República, que não a aceita.
- Cerimónia
de apoio ao Governo leva à Assembleia Nacional grande número de oficiais
generais, logo alcunhados de “Brigada do Reumático”.
- O
Governo demite Costa Gomes e Spínola, argumentando com a ausência destes da
cerimónia de apoio ao Governo.
- Tentativa
golpista frustrada de oficiais spinolistas, a partir das Caldas da Rainha.
- Movimento
das Forças Armadas é bem sucedido no golpe de Estado de 25 de Abril de 1974,
que derruba o regime. Nesse dia, vários jornais já não foram à censura.
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O projecto de Teorização do Jornalismo em Portugal: Das Origens a Abril de 1974 é realizado com o apoio financeiro da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, através de fundos estruturais da União Europeia, designadamente do FEDER, e de fundos nacionais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
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