Cunha, A. (1929/1930)

CUNHA, Alfredo (1929/1930). O Tricentenário da Publicação do Primeiro Periódico Português. As Relações de Manuel Severim de Faria e as Gazetas da Restauração. Comunicação Que o Sócio Correspondente sr. Alfredo da Cunha fez na Sessão da 2ª Classe em 10 de Abril de 1930. Separata do Boletim da Academia das Ciências de Lisboa, nova série, vols. I e II: 358-371.

Autor: Cunha, Alfredo da

Ano de elaboração (caso não coincida com ano de publicação)

Ano de publicação/impressão: 1930

Título completo da obra: Comemorações – O Tricentenário da Publicação do Primeiro Periódico Português. As Relações de Manuel Severim de Faria e as Gazetas da Restauração. Comunicação que o Sócio Correspondente Sr. Alfredo da Cunha fez na Sessão da 2ª Classe em 10 de Abril de 1930

Tema principal: História do Jornalismo

Local de edição: Lisboa

Editora (ou tipografia, caso não exista editora): Separata do Boletim da Academia das Ciências de Lisboa, Nova Série, vols. I e II, pp. 358-371.

Número de páginas: 14

Cota na Biblioteca Nacional e eventualmente noutras bibliotecas públicas

Biblioteca: Biblioteca Nacional Cotas: PP 24760 V

Esboço biográfico sobre o autor ou autores (nascimento, morte, profissão, etc.)Natural do concelho do Fundão, Alfredo da Cunha nasceu a 1863 e faleceu em 1942, Jornalista, exerceu o cargo de Director do Diário de Noticias. Casou com a filha do fundador do jornal, D. Adelaide da Cunha. Realizou vários estudos sobre a história do jornalismo português, tendo-se dedicado, em especial, à sua génese.

Índice da obra[Não tem índice]

Primeira parte da comunicação de Alfredo da Cunha (problemática da data de publicação do primeiro periódico portugês) – pág. 358; 361

Segunda parte da comunicação de Alfredo da Cunha – pág. 362; 368

Conclusão do estudo – pág. 369; 371

Resumo da obra (linhas mestras)Nesta comunicação de Alfredo da Cunha, o autor começou por lembrar a data em que apareceu na imprensa a ideia de se comemorar solenemente o tricentenário da publicação do primeiro periódico português.

O autor remete para a grande questão aqui presente, que é a do início do jornalismo em Portugal. Haveria, segundo ele, duas posições em confronto: uma, que ele próprio perfilhava, considera que o jornalismo em Portugal teve início com a aparição do primeiro periódico português, a Gazeta “da Restauração”, em Novembro de 1641; outra que via nas Relações de Manuel Severim de Faria, cujo primeiro número foi lançado em 1626, o início do jornalismo em Portugal. O autor explica que estas últimas não tiveram periodicidade, quer no aparecimento, quer aos períodos de tempo a que pertenciam, pelo que não podem ser consideradas um jornal. Para além disso, não teriam tido continuidade, uma vez que, aparentemente, apenas foram publicados dois números das Relações, tendo o primeiro sido reeditado.

Alfredo da Cunha, ainda em defesa da primazia da Gazeta como primeiro jornal português, diz também que as Relações não apresentam “perfeita identidade de denominação ou título – que é para os jornais como o nome de baptismo para as pessoas”.

Um outro aspecto focado é o facto de não haver constância no local de impressão das Relações, porque a primeira foi impressa em Lisboa e reimpressa em Braga, e a segunda em Évora. Pelo contrário, a Gazeta (1641-1647) terá sido sempre impressa em Lisboa.

Em desfavor das Relações, Alfredo da Cunha escreve: “Em sexto e último lugar, careciam de publicação oportuna, de actualidade nas informações, de aparecimento quási imediato, aos sucessos, desses viços ou dessa frescura nas novidades, que é também uma as características essenciais dos jornais modernos”.

Em conclusão, Alfredo da Cunha defende que o primeiro periódico português foi a Gazeta de 1641 (e que durou até 1647), que por sua vez cumpria todos os requisitos essenciais para ser considerada jornal, ao contrário das duas Relações publicadas por Severim de Faria.

Chegando ao termo do longo estudo, Alfredo da Cunha propõe que se reconheça a Gazeta da “Restauração”, cuja publicação foi iniciada em Novembro 1641, como o primeiro periódico português, pelo que a comemoração do tricentenário da imprensa portuguesa deveria ter lugar em Novembro de 1641 ou em Dezembro seguinte, mês em que provavelmente saiu a público o primeiro número dessa Gazeta.

Autor (nome completo): Marco Manuel Gonçalves da Silva

E-mail: marco.mgs@hotmail.com