Carvalho, A. (1924)

CARVALHO, Alberto Martins (1924). Joaquim Martins de Carvalho. Apontamentos biográficos.

Autor: CARVALHO, Alberto Martins de

Ano de elaboração (caso não coincida com ano de publicação)

Ano de publicação/impressão: 1924

Título completo da obra: Joaquim Martins de Carvalho: Apontamentos Biográficos Seguidos d’Apreciações Relativas a Outros Trabalhos do Auto d’Esta Publicação

Tema PRINCIPAL: Jornalistas e Vida Profissional

Local de edição: Coimbra

Editora (ou tipografia, caso não exista editora): Imprensa Académica

Número de páginas: 73

Cota na Biblioteca Nacional e noutras bibliotecas públicas

Cota na Biblioteca do Porto: 461

Esboço biográfico sobre o autor

Alberto Martins de Carvalho é natural do Barril de Alva, onde nasceu a 30 de Dezembro de 1901.

Casou com Judite Sinde, de Coja, e licenciou-se simultaneamente em Direito e Ciências Histórico-Filosóficas, na Universidade de Coimbra.

Fez a sua instrução Primária no Barril de Alva, prosseguindo estudos liceais em Coimbra, no Liceu Dr. Júlio Henriques.

Foi professor metodólogo na actual Escola Secundária José Falcão (Coimbra) e exerceu, igualmente, funções docentes em Aveiro.

Alberto Martins de Carvalho foi autor de inúmeros artigos em dicionários, guias, livros e revistas, prefaciando, traduzindo e anotando outras obras. O seu nome também se liga à autoria de livros de temáticas variadas.

Articulista nas revistas Presença e Palestra, pertenceu à direcção da revista Bysancio e também colaborou com a revista Manifesto e o jornal Humanidade. Usou, em várias ocasiões, o pseudónimo de Carlos Sinde.

Nas décadas de 20 e 30 do século passado, foi um dos grandes vultos intelectuais de Coimbra, privando com nomes como Miguel Torga (a quem apresentou Fernando Valle), Paulo Quintela, Vitorino Nemésio, José Régio e outros, não obstante o seu carácter reservado e discreto.

Esteve na origem da criação das Universidades Populares, na I República.

Foi Director do Centro de Estudos Pedagógicos do Instituto Gulbenkian de Ciência da Fundação Calouste Gulbenkian, entre 1975 e 1993.

Também por sua iniciativa, foi constituída a Biblioteca Fixa nº 95 da Gulbenkian, em Coja, em 1965, sob a égide dos Bombeiros Voluntários locais. Em 8 de Setembro de 2001, por proposta de Mário Valle, a Câmara Municipal de Arganil atribui-lhe o nome da Biblioteca cojense, sendo também patrono da Biblioteca da Escola Secundária José Falcão.

Faleceu na Figueira da Foz, a 26 de Março de 1993, cidade onde se encontra sepultado.

Índice da obra

[Não tem índice]

I parte – Prólogo da 4ª edição …………………………………. Pág.3

II parte – Desenvolvimento da história ………………………………………Pág.23

III parte – Apreciações relativas a outros trabalhos do autor desta publicação …………………………. Pág. 38

IV parte – Cartas …………………………….Pág.48

V parte – Opiniões da Imprensa ……………………………. Pág. 67

Resumo da obra (linhas mestras)

A obra inicia-se com o prólogo da 4ª edição.

Neste prólogo, o autor, Alberto Martins de Carvalho, transcreve um excerto de um texto de Costa Cabral, no qual este refere que foi ele quem levou o já licenciado Alberto Martins de Carvalho para o jornalismo. O referido excerto acaba com o elogio de Costa Cabral.

Mais à frente, o autor centra-se no que irá ser o assunto principal deste opúsculo. Diz que foi Joaquim Martins de Carvalho o fundador do Conimbricense, jornal que veio substituir o Observador, o qual “nasceu ” a 16 de Novembro de 1847. Logo de seguida, são referidos os propósitos do Conimbricense: “a defesa dos interesses de Coimbra, e do seu distrito, e, se tanto for mister, também da província da Beira”.

Relembra o autor que a importância do Conimbricense naquele tempo era grande, pois havia bastantes malfeitores que “eram desmascarados e que, consequentemente, moviam guerras contra quem na arena da imprensa os atacava ferozmente”. Aqui, Alberto Martins de Carvalho aproveita para introduzir a história pessoal de Joaquim Martins de Carvalho (seu tio). Refere que Joaquim Martins de Carvalho foi um grande jornalista e que, “defendendo os interesses do país contra os tais malfeitores”, viu várias vezes a sua vida em perigo.

Segundo Alberto Martins de Carvalho, o seu tio Joaquim teve vários confrontos pessoais, sendo que o mais notório deu-se com João Brandão, “o mais categorizado malfeitor da época”. Este, não gostando das intervenções de Joaquim na imprensa, mandou António Rodrigues, o Boa Tarde, assassiná-lo. Contudo, o assassino não conseguiu perpetrar o acto e acabou por ser julgado e condenado à pena de morte, mas Brandão não deixou de Perseguir Joaquim Martins de Carvalho. Brandão tinha o apoio dos governos, pois exercia muita influência na sociedade. Ao contar esta vivência pessoal do seu tio, Alberto Martins de Carvalho salienta a coragem e determinação que este tinha em assumir e publicar tudo aquilo que sabia e pensava. Depois, o autor escreve sobre algumas amarguras vividas por Joaquim Martins de Carvalho (como a sua prisão).

Posteriormente, o autor inclui na obra vários excertos de textos escritos por Joaquim de Carvalho no seu livro Assassinos da Beira. Analisando os excertos, Alberto Martins de Carvalho aproveita para tecer duras críticas à sociedade em que vivia, dando até exemplos de retrocesso social. No final do prólogo, Alberto Martins de Carvalho transcreve textos escritos por outros autores em homenagem ao seu tio.

Alberto Martins de Carvalho refere, mais à frente, o “grande amor” a Coimbra e à liberdade que Joaquim Martins de Carvalho tinha. Neste momento da obra, é referido que Joaquim Martins de Carvalho escreveu apenas dois livros: Apontamentos para a História Contemporânea e Os Assassinos da Beira. Recorda, novamente, que Joaquim Martins de Carvalho, ainda na sua mocidade, passou momentos difíceis ao ser perseguido e preso pelas suas ideias liberais.

Nas páginas que se seguem, Alberto Martins de Carvalho conta histórias nas quais podemos tirar lições de moral. É referida a diferença de carácter entre o tio e o pai: tiveram a mesma origem mas diferentes fados (aqui é feita uma comparação com a história de Teófilo Braga).

Mais à frente, é relatada a amargura por que passa Joaquim Martins de Carvalho, depois de ser preso pelo seu amor à liberdade. É referido que Joaquim deixou no cais o seu filho de dois anos (que depois viria a ser o General Francisco Augusto Martins de Carvalho). À frente, temos a possibilidade de ler uma homenagem feita no Conimbricense aos pais do autor.

Na seguinte parte da obra, que tem como título Apreciações Relativas a Outros Trabalhos do Autor Desta Publicação, Alberto Martins de Carvalho comenta que as suas últimas publicações homenageiam Joaquim Martins de Carvalho. O autor diz que se o seu tio tivesse vivo não se zangaria se este dissesse que Joaquim realmente não tinha a elegância da pena de escritores como Eça, mas exalta o facto do seu tio, na imprensa, se ter exposto aos maiores perigos para defender os “interesses legítimos” da sociedade. Esta parte do livro termina com uma homenagem feita por José Dias Ferreira a Joaquim Martins de Carvalho.

Os restantes pontos do livro são irrelevantes para a compreensão da teorização do jornalismo.

Nome completo do autor da ficha bibliográfica: Diogo dos Santos Pedrosa

E-mail: Diogo_isa8@hotmail.com