Oliveira, M. (1973)

OLIVEIRA, Maurício (1973). Diário de Um Jornalista.

Autor: OLIVEIRA, Maurício de

Ano de elaboração (caso não coincida com ano de publicação): 1973

Ano de publicação/impressão: 1973

Título completo da obra: Diário de um Jornalista

Tema principal: Jornalistas e Vida Profissional

Local de edição: Lisboa

Editora (ou tipografia, caso não exista editora): Edição do autor/Impressão na Empresa do Jornal do Comércio

Número de páginas: 289

Cota na Biblioteca Nacional e eventualmente noutras bibliotecas públicas

Biblioteca: Biblioteca Nacional

Cotas: L. 22090 V.

Biblioteca: Biblioteca Pública Municipal do Porto

Cotas: A8-14-82

Esboço biográfico sobre o autor ou autores (nascimento, morte, profissão, etc.)

Jornalista, nasceu em 1909 e faleceu em 1972. Foi chefe de redacção e director de A Capital e do Jornal do Comércio.

Índice da obra

I – Palavras de abertura: p. 7

II – Da juventude à vida prática

• Ribatejo por acaso: p. 23

• Triste episódio revolucionário logo na meninice: p. 25

• A vida liceal – Marcello Caetano, Lima Basto, Paulo de Barros: p. 29

• Dois Encontros com Teixeira Gomes: p. 37

• Encontro com Afonso Costa: p. 42

• Deterioração política: p. 47

III – 1926

• Lançado na Profissão: p. 53

• O jornalismo – esse fascínio: p. 58

• A odisseia de Mendes Cabeçadas: p. 61

• Primeiro encontro com Salazar: p. 66

• Perfil de um vencido: p. 68

• O homem do passo pequenino: p. 74

• Traços sérios e jocosos de Gomes da Costa: p. 75

• E assim nasceram as palavras Estado Novo: p. 85

• A hipótese Gago Coutinho: p. 86

• Um documento cujo espírito vigoraria durante décadas: p. 89

• O crepúsculo de Gomes da Costa: p. 91

• Gomes da Costa na hora da derrota: p. 95

• Um cidadão exemplar: p. 103

• Na perspectiva do empréstimo que não se faria: p. 106

IV – 1927

• A batalha e a contrabatalha no empréstimo externo: p. 113

• Uma «aparição» na política: p. 119

• Insólita cena de tiros: p. 121

• O paladino do perdão: p. 124

• O «outro» Gomes da Costa: p.126

V – 1928

• Gomes da Costa justifica-se: p.131

• Começo da era salazariana: p. 144

• A paixão da Marina: p. 149

• Primeira conferência pública e uma romagem política: p.153

• Multa histórica: p. 155

• Uma actividade marginada da imprensa: p. 158

VI – 1929

• Uma brecha na classe: p.159

• No «reduto» do «Diário de Lisboa»: p. 160

• Encontro dramático com António José de Almeida: p. 165

• Primeiro embarque: quinze noites a dormir numa banheira: p. 169

• Um chá presidencial que não se perdeu: p. 176

• «A crise dos sinos»: p. 182

• Renasce a esperança: p. 186

• Novo encontro com Salazar: p.189

• Costa Ferreira – uma figura que não esquece: p. 192

• A «preocupação republicana»: p. 196

• A mulher Marinheira: p. 201

• Lisboa de gravata preta: p. 203

• Um ministro notável que se afasta: p. 211

• Exame de segunda época: p. 214

• Episódios com Afonso XIII: p. 216

• O termo de uma vida agitada: p. 218

• A bordo de um navio soviético: p. 221

VII – 1930

• A «Crise Passos e Sousa» – ou «A noite mais longa no Palácio de Belém»: p. 225

• Numa cruzada nacional: p. 242

• «Aquecer» pouco o lugar: p. 246

• Teixeira Gomes: cartas do exílio: p. 248

• O arcebispo e o hino nacional: p. 259

• O «histórico» jantar no Estoril: p. 261

• Ver matar um homem: p. 265

• Baptismo do ar num gigante de outrora: p. 268

• Uma previsão que saiu certa: p. 271

AGENDA

• Nota: p. 277

• «Adeus, Maurício!», por Norberto Lopes: p. 279

• «Último abraço de despedida», por Mário Neves: p. 283

ÍNDICE: p. 289

Resumo da obra (linhas mestras)

Este é um livro de memórias do jornalista Maurício de Oliveira, que debutou na profissão em 1926. Diz o autor que desde o liceu que queria ser jornalista, contra a opinião do pai. Relembra que começou no Rebate, de onde transitou para o diário de Lisboa, no qual permaneceu 35 anos. Em 1967, tornou-se, segundo conta, um dos accionistas de A Capital e seu primeiro chefe de redacção, tendo ainda sido director do jornal. Mais tarde, foi director do Jornal do Comércio, pelo que, orgulhosamente, diz que passou por todos os graus hierárquicos da carreira jornalística; sem praticar “a subserviência” (p. 11).

Afirma ainda que foi um “homem independente”, “republicano” e “liberal” que nunca “prestou contas” aos governantes (p. 12). Diz o autor que nunca cedeu, no jornalismo, nem no seu livro, à “intriga política”, ao “sabor picante do escândalo ou à nódoa repugnante da calúnia” (p. 15), mas afirma o seu apego à “liberdade de expressão”, ao “relato isento” e ao “comentário desapaixonado”, valores jornalísticos de sempre. Diz ainda, traduzindo também um valor jornalístico, que apresenta os acontecimentos “sem a deformação intencional que falseia a história e trai a verdade” (p.15).

O autor declara-se avesso a “toda a espécie de violências e de limitação dos direitos do homem” (p. 17), incluindo a censura, que, em seu entender, procedia abusiva e arbitrariamente.

A partir da página 23 (capitulo II), o autor desfia a sua vida pessoal, recordando os companheiros e os políticos e outros homens com quem se cruzou, bem como a evolução da situação do país.

A partir do capítulo III, é a vez do autor falar das memórias jornalísticas e do seu percurso ascendente na profissão, desde informador “aprendiz” de jornalista até director de jornais.

Segundo o autor, o jornalismo tomava conta de si com todo o seu poder irresistível, sendo “a mais fascinante das actividades”, como escreveu Joseph Kessel. Relembra ainda o autor que os jornais tinham problemas financeiros, incluindo aquele onde debotou (O Rebate): “Tudo era pobre e modesto naquela casa: as mesas de pinho, as cadeiras cambaleantes, os candeeiros…”. Foi aí, porém, que o autor começou a amar o jornalismo. Afirma, também, que se entregou à reportagem com muito entusiasmo. Porém, explica que devido ao seu ingresso no jornalismo no advento da Segunda República nunca conheceu o pleno exercício de liberdade de imprensa. Integrava-se, assim, na sua geração, conhecida como “Geração do Silêncio”.

O autor revela que foi com o convívio com alguns vultos da Primeira República que a sua juventude começou a amadurecer.

Tinha o autor 36 anos quando se encontrou pela primeira vez com Salazar. No entanto, conta que apesar de estar já em plena vida jornalística, o seu pai, militar e “possuidor de grande cultura geral”, “aproveitava todas as oportunidades para desenvolver no seu espírito o gosto pela cultura, pelas artes, pelas letras e pela História”.

Autor (nome completo): Luís André Vilaça Pereira Machado Rocha

E-mail: kn0xandre@hotmail.com