Pinheiro, J. (1971)

PINHEIRO, J. E. Moreirinhas (1971). Notícias Históricas de Lisboa na Época da Restauração. Extractos da Gazeta e do Mercúrio Português.

Autor(es): PINHEIRO, J. E. Moreirinhas e Câmara Municipal de Lisboa

Ano de publicação/impressão: 1971

Título completo da obra: Notícias Históricas de Lisboa na Época da Restauração (Extractos da Gazeta e do Mercúrio Português)

Tema principal: História do Jornalismo

Local de edição: Lisboa

Editora (ou tipografia, caso não exista editora): Câmara Municipal de Lisboa

Número de páginas: 91

Cota na Biblioteca Nacional e eventualmente noutras bibliotecas públicas

Biblioteca: Biblioteca Nacional Cotas: BN HG 46845V

Esboço biográfico sobre o autor ou autores (nascimento, morte, profissão, etc.)

J. E. Moreirinhas Pinheiro nasceu em Coimbra a 20 de Agosto de 1923. Professor, foi também colaborador dos jornais O Educador e A Voz da Figueira. Exerceu o cargo de responsável pela organização da secção de reservados do Centro de Documentação e Informação, dedicando-se ao estudo e divulgação da História da Educação do nosso país.

Índice da obra

Introdução: pp. 3-7

Noticiário da “Gazeta”Antecedentes da Gazeta “: pp. 11-17

Noticiário do “Mercúrio Português”: pp. 21-73

Índice onomástico: pp. 75-80

Índice de assuntos: pp. 81-87

Índice toponímico: pp. 87-88

Índice geográfico: p. 89 e ss.

Resumo da obra (linhas mestras)

Esta publicação escrita por J.E. Moreirinhas Pinheiro tem como principal objectivo referenciar as principais notícias que corriam na cidade de Lisboa durante a época da Restauração.

Como publicações de referência da época, destacam-se a “Gazeta” e o “Mercúrio Português”. A primeira “inaugura em Portugal a imprensa periódica” (p.3), contendo temas muito específicos com uma publicação mensal. O seu objectivo principal era “a de informar e orientar a opinião pública acerca dos acontecimentos da guerra com a Espanha.” (p.3). Segundo José Tengarinha, este periódico tinha leitores muito restritos, “devido não só ao seu elevado preço (…) como ao baixíssimo nível de instrução”. Os seus principais leitores faziam parte da aristocracia ou da burguesia, comerciantes, homens de negócios entre outros. (pp.3-4)

“A Gazeta iniciou a publicação em Novembro de 1641”, (p.4) sempre sobre a alçada e autorização prévia do rei (D. João IV), tendo sido suspensa a sua publicação em 19 de Agosto de 1642, face a uma lei que “proibia as gazetas gerais.” (p.4) No entanto, esta proibição não impediu o regresso da Gazeta em Outubro do mesmo ano mas só com “noticiário internacional: Gazeta primeira do mês de Outubro de novas fora do Reino”, tendo findado a publicação em Setembro de 1647. (p.4).

Face ao término da “Gazeta” surge, passados 16 anos, um outro periódico, o “Mercúrio Português” “redigido pelo distinto escritor e diplomata António de Sousa Macedo (…) o primeiro jornalista português ” (p.5).

Em Janeiro de 1963 sai o primeiro número, onde era explanado os objectivos do novo jornal. Para Sousa Macedo, era importante não só saber “os sucessos de outros Reinos e Províncias” assim como o “estado em que se acham os outros, principalmente se são vizinhos ou interessados” e por fim “servir o bem público da Europa com novas certas da guerra entre portugueses e castelhanos” (p.5).

Como primeira notícia, o “Mercúrio Português” escolheu a sucessão de D. Afonso VI ao Governo, tendo sido a última notícia publicada em Julho de 1667.

Apesar das suas intenções políticas, este periódico sempre cumpriu os seus objectivos iniciais “de informar, com clareza e concisão (…) sobretudo em notícias que se referiam à guerra entre Portugal e Castela” (p.6) delineados pelo jornalista Sousa Macedo.

Embora as principais notícias, destes dois periódicos incidirem na guerra Portugal/Espanha, também tinham espaço nas publicações as “procissões, notícias da Corte, festas, inaugurações, partidas e chegadas de navios, notícias mundanas, crimes, moedeiros falsos, actos de traição, espectáculos, modas, expurgação de vadios, notícias literárias, etc.” (p.6) numa linguagem “que muitos jornalistas modernos não desdenhariam assinar” (p.7). No fundo, segundo Fernando Castelo-Branco, eram notícias “na sua essência, idêntica ao da actual imprensa.” (p.7).

De seguida, encontra-mos nesta obra uma série de extractos de notícias da época retirados da “Gazeta” e do “Mercúrio Português” (pp.11-73).

Autor: Nélson Ricardo Gomes da Costa

E-mail: nelsonricardo_20@hotmail.com