Manuel, J. (1944)

MANUEL, Joaquim Augusto Câmara (1944). Subsídios Para o Estudo do Jornalismo Eborense.

Autor: Joaquim Augusto da Câmara Manuel

Ano de elaboração (caso não coincida com ano de publicação): 1943

Ano de publicação/impressão: 1943

Título completo da obra: Subsídios para o Estudo do Jornalismo Eborense

Tema principal: História do Jornalismo

Local de edição: Évora

Editora (ou tipografia, caso não exista editora): “A Cidade de Évora” - Boletim da Câmara Municipal de Turismo de Évora

Número de páginas: 12

Cota na Biblioteca Nacional e eventualmente noutras bibliotecas públicas

Biblioteca: Biblioteca Nacional Cotas: P.3197V

Esboço biográfico sobre o autor

Joaquim Augusto da Câmara Manuel nasceu em 1907 e morreu em 1951.

Índice da obra

[Não tem índice.]

Proémio: p. 3/4

O Primeiro Jornal: p. 5

Jornal e Jornalistas: p. 6

Resumo da obra (linhas mestras)

Esta obra representa a tentativa do autor para listar todas as publicações impressas em Évora a partir do ano de 1847.

Proémio

Nesta introdução, o autor explica o porquê da sua “luta” em prol do engrandecimento e do prestígio do jornalismo Eborense. Dá o exemplo de Eça de Queiroz, que começou a sua carreira literária como jornalista em Évora. Refere também que o seu trabalho aqui anunciado não é definitivo e espera que seja mais um incentivo para que a ideia não esmoreça, para que então Évora se possa afirmar e mostrar o que de importante tem, não só pela quantidade, mas sim pela qualidade do jornalismo Português.

O primeiro Jornal

Neste primeiro capítulo o autor procura demonstrar e esclarecer porque razão não atribui o título de primeiro jornal Eborense ao Boletim Eborense mas sim ao Chrónica Eborense.

No final do ano de 1846, Évora, como todo o país, vivia tempos agitados com os movimentos revolucionários que surgiram contra o governo de Costa Cabral. No dia 4 de Novembro desse ano formou-se nessa cidade uma Junta Governativa da Província do Alentejo e nessa mesma data foi impressa e distribuída uma proclamação dirigida aos defensores da Cidade de Évora. Nos dias 11 e 12 publicaram-se Ordens assinadas pelo Conde de Melo. A 13, 14 e a 18 circularam Ordens da Junta Governativa. No dia 20, e por ordem da Junta, foi posto em circulação um Boletim contendo a cópia de uma comunicação enviada pelo tenente-coronel António d´Almeida Cabral a Francisco Gomes d´Almeida Branquinho. Com data de 23, publicou-se uma Ordem Geral inserindo uma portaria da Junta Governativa. No dia 26 de Novembro de 1846 saiu um novo Boletim composto por transições dos jornais publicados no dia 20, na cidade do Porto. A partir dessa data deixaram de aparecer isoladamente as portarias, determinações ou ordens, sendo todas inseridas em Boletins. Como explica o autor esse Boletim não tinha a feição de um jornal e considera-o apenas como um simples comunicado, uma vez que apenas se referia apenas e exclusivamente a assuntos de guerra. O que não era o caso do Chrónica Eborense, que surgiu em 1847. De início saia às quartas e sábados, e posteriormente também às segundas. A sua longevidade foi de sessenta e quatro números e nesses números o Chrónica Eborense inseriu a denominada Parte Oficial que publicitava as ordens da Junta Governativa, publicitava notícias dos triunfos partidários e tinha uma reduzida secção de anúncios. Comparando o Boletim com a Chrónica Eborense facilmente se constata que de facto o primeiro a que se poderá chamar de jornal, é sem dúvida o Chrónica Eborense.

Jornais

Neste capítulo o autor enumera todas as publicações e jornais que existiram (ou que ainda existem) em Évora.

Periódico Recreativo, literário, impresso em opúsculos em 1847;

Gazeta Eborense, político, 1847;

Plástico Eborense, periódico literário, 1 de Outubro de 1861, começou por publicar-se quinzenalmente passando depois a imprimir-se nos dias 1, 10 e 20, terminou com o número 50 em 10 de Junho de 1863;

Pharol do Alentejo, bi-semanário fundado em 3 de Maio de 1962, publicou-se às quartas e sábados passando depois para as terças e sextas, tinha tipografia própria. Terminou a publicação em princípios de 1864;

A voz da infância, jornal literário e noticioso que saiu em 13 de Setembro de 1863. No número 15 foi publicada a seguinte informação: “A Voz da Infância começará no seguinte número a intitular-se Folha do Sul”;

Jornal de Évora, hebdomadário de agricultura, comércio, indústria e literatura. Iniciou a publicação em 1 de Novembro de 1863. No número 388 de 28 de Dezembro de 1867 participou suspender temporariamente a sua publicação, não tornando, porém, a aparecer;

Gazeta do Meio-dia, publicando-se às terças e sextas com carácter mercantil, industrial, económico, literário, artístico, começou a 8 de Março de 1864 e acabou em 18 de Agosto do ano seguinte;

Eborense, semanário que se fez publicar em 13 de Janeiro de 1864 e terminou com o número 23 de Dezembro desse mesmo ano;

Amor Artístico, apenas três números saíram deste semanário literário e religioso;

Alentejano, tem a data de 1 de Junho de 1866;

Perfil de Portugal, fundado em 1866, bi-semanário

Sileno, intitulava-se “Hebdomadário noticioso, literário, caricaturas. Jornal para rir sem ninguém chorar”. 1866 a 3 de Janeiro de 1867;

Districto de Évora, saiu o primeiro número a 6 de Janeiro de 1867 e fechou no dia 1 de Setembro de 1867 com o número 60;

Perseverança; de 10 de Novembro de 1867 a 1 de Março de 1868;

Manuelino de Évora, folha política, literária e humorística que tinha como divisa “Amicus Sócrates, Amicus Platos, Sed magis amico verita”. Começou em 1 de Dezembro de 1880 e publicou-se com regularidade até ao número 1095 de 9 de Julho de 1903, publicando depois quatro suplementos, dois em Agosto e dois em Setembro. Publicou o último número (1096) a 1 de Dezembro 1903; Em 1931 reaparece o Manuelino de Évora 2ª Série. Nesta segunda fase publicou-se durante um ano como semanário.

Monitor Transtagano, jornal político e noticioso, cujos artigos eram extremamente violentos. Começou em 15 de Fevereiro de 1880 terminando com o nº41 a 9 de Janeiro de 1881

Sul, folha bimensal, política e noticiosa, órgão do partido. Data de 16 de Janeiro de 1881 a 7 de Janeiro de 1887;

Progresso do Alentejo, fundou-se em 3 de Outubro de 1883, semanário, político, literário e noticioso, militava no partido progressista e sobreviveu três anos;

Correio Académico, semanário literário, instrutivo e recreativo foi publicado 12 vezes (1-1-1884 a 29-3-1884);

Diário do Alentejo, saiu o primeiro número em 1 de Outubro de 1886 e durou um ano certo;

Imprensa Livre, Fundado na vila de Redondo em 7 de Novembro mudou-se para Évora em 14 de Agosto de 1887 (número 41) e terminou com o número de Abril de 1888;

Escola, revista de pedagogia e de instrução primária e publicou-se em 1888;

Correio de Évora, semanário imparcial, noticioso, literário e fundado em 6 de Maio de 1888 terminou em 5 de Agosto do mesmo ano;

Ordem, foi de curta duração, apenas 12 números em 1888;

Évora Académica, impresso entre 3 de Fevereiro de 1888 a 1 de Dezembro de 1888 (14 números);

Operário, publicou-se de 22 de Setembro de 1889 a 23 de Fevereiro de 1890 (22 números);

Anunciador do Alentejo, começou a publicar-se em 23 de Maio de 1890;

Monitor, semanário, é datado de 16 se Setembro de 1891 e terminou no número 13 a 4 de Novembro;

Folha de Évora, não passou do primeiro número publicado a 1 de Dezembro de 1890;

Academia, semanário fundado em 1893 e em 1903 ainda era publicada;

Geraldo sem Pavor, semanário regenerador, o seu primeiro número saiu em 4 de Março de 1894;

Espectro do Pagador, semanário independente, apenas com sete números sendo o primeiro de 7 de Abril e o último em 19 de Maio de 1894;

Revista Bibliográfica, só saíram dois números (Fevereiro e Março de 1895);

Jornal das Obras Públicas, saíram trinta números, sendo o primeiro e o último, respectivamente, de 31 de Março e 27 de Outubro de 1895;

Postal, o primeiro número foi publicado em Abril de 1895 e em francês, no ano seguinte, já em português, passou a ser noticioso e charadístico. O último número saiu a 2 de Agosto de 1896;

Jornal de Évora, foi segundo no nome o bi-semanário de propaganda que iniciou a publicação em 30 de Julho de 1896. Com o número 26 passou a ser diário independente;

Eborense, semanário independente, o número um é datado de 1 de Novembro de 1896 e terminou com o número dezoito em 3 de Setembro de 1897;

A Má Língua, o primeiro deste órgão satírico foi a 12 de Novembro de 1896, tendo curta vida, pois terminou ao oitavo número em 20 de Janeiro de 1897;

Pandora Farmacêutica, órgão dos aspirantes de farmácia foi publicado quinze vezes, de 8 de Dezembro de 1896 a 10 de Março de 1897,

Jornal do Alentejo, publicou-se em 1896 esta folha bi-semanal de propaganda e de distribuição grátis;

Rabeca, jornal satírico, noticioso e político começou a publicação a 31 de Agosto de 1897 e terminou a 20 de Abril de 1899;

Papagaio, diário satírico. De curtíssima duração, pois apenas durou seis dias, de 11 a 16 de Maio de 1897;

Diário Transtagano, militava no partido progressista foi publicado 26 vezes, de 12 de Abril a 16 de Maio de 1899,

Reclamo, semanário anunciador de distribuição gratuita, fundado em 1900 e que ainda se publicava em 1915;

Eborense, foi terceiro no nome e começou em 22 de Junho de 1900, sendo o último datado de Junho de 1901 com o número cinquenta e um;

Transtagano, bi-semanário independente. Não passou do terceiro número, pois começou em 22 de Maio de 1900 e terminou em 10 de Junho;

Notícias de Évora, ainda hoje se publica este diário fundado em 8 de Setembro de 1900;

Democracia do Sul, fundado em 1 de Janeiro de 1901 também ainda hoje se publica;

Telefone, em 24 de Março de 1901 iniciou a sua publicação de semanário independente e terminou ao trigésimo número em 30 de Março de 1902;

Semana de Évora; saiu em 1 de Março de 1903 e terminou a sua publicação com o número duzentos e sessenta em Abril de 1908;

Portugal, semanário independente, começou em 24 de Setembro de 1903;

Voz Pública, tendo sido fundado em 1903 este semanário republicano ainda se publicava em 1915;

Avante, o primeiro número deste “Órgão da Biblioteca de Propaganda Livre” saiu em 1 de Fevereiro de 1909;

Alvoradas, publicou-se durante o ano lectivo de 1909-1910. No primeiro número apareceu como sendo uma revista política, académica, literária e científica, mas logo no segundo número surgiu sem a primeira daquelas definições;

O cidadão, semanário republicano foi fundado em 1910 e ainda se publicava quatro anos depois;

Carbonário, semanário republicano, foi publicado em 1911 e 1912;

Terminar, órgão da Academia Eborense em 1913;

A.E.I.O.U.; publicou-se em 1913 e era o órgão da Escola Normal,

Jornal Democrático, semanário republicano, foi publicado em 1913 e 1914;

Alentejo, semanário órgão da união republicana, publicado em 1914;

O Académico, quinzenário literário, cientifica, humorístico, foi publicado de 1914 a 1915;

Jornal de Évora, jornal da noite, noticioso e independente, iniciou a vida em 1 de Fevereiro de 1915;

Animatógrafo, publicou-se desde meados de 1919 a princípios de 1920;

Revista Académica, quinzenário ilustrado e recreativo foi fundado em 1 de Dezembro de 1919, foi publicado oito vezes sendo a última a 8 de Maio de 1920;

Sul Desportivo, publicação semanal de propaganda de educação;

O Lyceu, iniciou a sua curta vida em 12 de Fevereiro de 1920;

Alentejo, foi segundo no nome e foi fundado em 1920 e terminou em 1923;

Democrático, semanário republicano, publicou-se de 1920 a 1927;

Voz da Verdade, publicação mensal, fundou-se em 1921 e viveu cinco anos;

O Corvo, revista académica, apareceu em 1 de Dezembro de 1921 e foi desaparecendo e ressurgindo por várias vezes;

A Defeza, semanário católico, fundado em 18 de Março de 1923 ainda hoje sobrevive;

União Charadística, revista mensal de charadas que se publicou em 1923 e 1924;

A Terra Alentejana, semanário regionalista que viveu quatro anos (1923 a 1927);

Ilustração Alentejana, dedicada às principais terras do distrito, saiu em Maio de 1925 e teve seis publicações;

O Alentejano, semanário regionalista, foi publicado trinta e duas vezes, a primeira das quais em 10 de Outubro de 1928;

O Renascimento, quinzenário de arte, literatura e humorismo, foi publicado sem assiduidade de 1929 a 1933;

Revista Transtagana, fundada em 1934 ainda hoje se publica;

A Cidade de Évora, boletim da Comissão Municipal de Turismo, desde Dezembro de 1942 que tem publicação trimestral.

Autor (nome completo): José Henrique Ferreira Couto Coelho

E-mail: henriquecoelho@sapo.pt