Aranha, Brito (1900/1910)

ARANHA, [Pedro Venceslau de] Brito (1900 / 1910). Mouvement de la Presse Périodique en Portugal de 1894 a 1899.

Autor: BRITO ARANHA, Pedro Wenceslau

Ano de elaboração (caso não coincida com ano de publicação)

Ano de publicação/impressão: 1900

Título completo da obra: Le Mouvement de la Presse Périodique en Portugal de 1894 a 1899

Tema principal: Conjuntura jornalística

Local de edição: Lisboa

Editora (ou tipografia, caso não exista editora): Lisbonne Impremiere Nationale

Número de páginas: 55

Cota na Biblioteca Nacional e noutras bibliotecas públicas

Cota na Biblioteca Municipal do Porto: 01-6-39

Esboço biográfico sobre o autor

Pedro Wenceslau de Brito Aranha nasceu no ano de 1833, tendo falecido em 1914. Escritor, jornalista e bibliógrafo português, começou a ganhar a vida aos 16 anos, como aprendiz de tipógrafo e foi como autodidacta que conseguiu alcançar uma sólida cultura. Colaborou em diversos jornais e revistas, tendo sido mesmo redactor principal no Diário de Notícias, em 1889, devido à morte do seu fundador, Eduardo Coelho. Tornou-se membro da Sociedade de Geografia de Lisboa, bem como da Academia das Ciências de Lisboa e foi um dos principais obreiros do Dicionário Bibliográfico Português, começado por Inocêncio Francisco da Silva.

Índice da obra

[Não tem índice]

Capítulo 1: Introdução ao tema do livro – pp. 5-8

Capítulo 2: Lista, por distritos administrativos e possessões ultramarinas, dos periódicos existentes – pp. 9-44

Resumo dos livros existentes em Portugal continental, nas ilhas, nas colónias e fora do território português – p. 45

Capítulo 3: Conclusão – pp. 47-48

Tabela de administradores de jornais – pp. 49-51

Tabela de jornalistas – pp. 51-54

Tabela de proprietários – pp. 54-55

Resumo da obra (linhas mestras)

Em Mouvement de la Presse Périodique en Portugal de 1894 a 1899, Brito Aranha (1900) procura dar notícia dos jornais portugueses existentes em território nacional e além-fronteiras entre 1894 e 1899. O trabalho encontra-se redigido em francês, pois destinava-se a marcar presença na Exposição Universal de 1900, em Paris. Apesar dos esforços tendentes a apresentar uma lista exaustiva dos periódicos nacionais em circulação, o autor adverte para a possibilidade de existirem lacunas, por alguns jornais poderem ter cessado a publicação ou assumido outras formas. O autor aponta “as flutuações políticas ou o capricho dos proprietários” para explicar essas eventuais lacunas.

Sobre o formato e tipo de impressão dos jornais portugueses, Aranha (1900) regista que, normalmente, os diários políticos têm 48 cm de altura por 34 de largura, 54 por 35 ou ainda 58 por 42, enquanto as publicações especializadas têm menor formato (in-quarto ou mesmo in-octavo, entre outros) e os grandes diários podem atingir 72 cm de altura por 51 de largura. Regista, ainda, que “é difícil precisar as dimensões de forma perfeita” por causa “dos caprichos e conveniências particulares de editores e autores”. Além disso, o autor salienta que as dimensões dos jornais, bem como o número de páginas, podiam variar, em função do volume de anúncios e também do número e da qualidade dos textos a inserir em cada número e do prestígio dos respectivos autores.

Brito Aranha comenta, seguidamente, que, considerando o número de habitantes, Portugal pode ombrear com os países mais avançados da Europa em número de jornais publicados (583), até porque estes existem em todo o país, nas colónias e alguns são mesmo editados no estrangeiro.

A segunda parte da obra de Brito Aranha é uma compilação, ordenada por distritos, ilhas, possessões ultramarinas e estrangeiro, dos jornais portugueses em circulação, incluindo nos dados disponibilizados o local de edição dos periódicos, a data de fundação, a periodicidade e ainda o nome dos editores, redactores principais, proprietários ou outros responsáveis.

Na terceira parte da obra, Brito Aranha compara a situação portuguesa em 1894, ano em que fez uma comunicação do mesmo teor ao Congresso Internacional da Imprensa de Anvers, na qual tinha inventariado 389 jornais, com a situação em 1900, pelo que considera que o desenvolvimento do jornalismo em Portugal foi “maravilhoso”, sobretudo tendo em linha de conta que a população era “pouco considerável” e que o país era atrasado quando comparado com outros países europeus (Aranha, 1900: 47). Assim, no que ao jornalismo diz respeito, Aranha diz que Portugal se igualava aos países mais desenvolvidos, uma vez que tinha um jornal para 6500 habitantes, enquanto nos EUA a média era de um para sete mil habitantes, na Suíça de um por oito mil habitantes, na Bélgica, de um por 15 mil habitantes, etc. Porém, aqui Aranha, diga-se, tem um raciocínio equivocado, pois não entra em linha de conta com as tiragens, apenas com o número de títulos de jornais em circulação.

O autor regista ainda quais eram, na altura, os mais antigos jornais portugueses em circulação: o Jornal do Comércio (47 anos de existência); o Diário de Notícias (36 anos); o Comércio do Porto (fundado em 1854), O Primeiro de Janeiro (fundado em 1868), O Conimbricense (53 anos), O Instituto (47 anos) e, finalmente, o mais antigo de todos [e que ainda circula]: o Açoriano Oriental, fundado em 1834. Brito Aranha salienta que mesmo nos territórios coloniais a imprensa teve grande vitalidade, pois em 1821 foi publicado um jornal em Goa e em 1822 já existia um jornal político em Macau.

No fim da obra, o autor inclui uma lista alfabética dos jornalistas, editores, administradores e proprietários dos jornais listados.

Nome completo do autor da ficha bibliográfica: Cláudio Jorge/Jorge Pedro Sousa

E-mail: claudio_jorge_6@hotmail.com